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"Prenderam-no sem provas', afirma Dilma

Depois de prisão de Lula, Dilma afirmou que "o País segue dividido, diante de uma escalada fascista e perigosa"

Ex-presidentes Lula e Dilma (Leonardo Benassatto/Reuters)

Ex-presidentes Lula e Dilma (Leonardo Benassatto/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de abril de 2018 às 15h58.

São Paulo - A ex-presidente Dilma Roussef afirmou em nota, neste domingo, 8, que Lula foi preso 'sem provas' e é um 'preso político'. Ela esteve com seu antecessor na última sexta-feira, 6, e dividiu com Lula comício sobre carro de som, em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, antes de ele se entregar à Polícia Federal.

"O Brasil assistiu neste sábado, 7 de abril, a um dos mais tristes episódios de sua história:a injusta e cruel prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, o mais importante líder político brasileiro desde a redemocratização do país, reconhecido mundialmente pela sua imensa capacidade de promover inclusão social e fazer política em benefício dos mais necessitados", escreveu Dilma.

Segundo ela, "Lula tornou-se um preso político, vítima de uma perseguição implacável de adversários, que lançam mão do lawfare para calá-lo e destruí-lo, no esforço de desqualificar seu papel perante a história e o povo brasileiro".

Nas palavras de Dilma, "a mídia brasileira golpista tenta, de forma vergonhosa, negar-lhe a condição de preso político. Assim como negou a ocorrência do Golpe de 2016 e finge não enxergar a ascensão do fascismo no País e a violência da extrema direita".

"Prenderam-no sem provas. Condenaram-no injustamente. Promovem a injustiça usando o sistema judiciário. Tentam impedi-lo de voltar pelo voto ao poder. Há poucos dias, até um atentado com tiros foi montado para tentar calar Lula", diz Dilma.

Segundo Dilma, "o País segue dividido, diante de uma escalada fascista e perigosa, com o risco da implantação em definitivo de um Estado de Exceção", ela defende. "Lula foi preso porque é o líder da corrida presidencial. Querem impedi-lo de reconquistar pelo voto direto e popular a Presidência da República. Sua prisão é mais uma etapa do golpe iniciado em 2016 com o meu impeachment, aprovado pelo Congresso Nacional sem que houvesse sequer qualquer tipo crime cometido."

"Nossa resistência permanece e não vamos nos calar diante do arbítrio e da injustiça', ressaltou Dilma. "Somos a sua voz, somos o seu corpo e sua alma, somos a sua luta."

Segundo Dilma, 'a frágil democracia brasileira está gravemente ameaçada, mas será defendida nas ruas, nas praças, nos parlamentos e nos tribunais. Denunciamos a prisão política, injusta e arbitrária de Lula, que os golpistas tentam esconder".

"Lula é inocente! #LulaÉPresoPolítico #LulaLivre", finaliza Dilma.

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