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Da Redação
Publicado em 2 de janeiro de 2011 às 14h13.
Brasília - O primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, disse este domingo à presidente recém-empossada, Dilma Rousseff, que o Brasil é uma prioridade para seu país, que se oferece como um grande aliado, em uma reunião na qual garantiu não ter sido abordado o tema de uma eventual compra brasileira da dívida portuguesa.
A relação com o Brasil é "uma das maiores prioridades da política externa portuguesa", disse Sócrates a Dilma Rousseff, explicou o premier a jornalistas ao fim do encontro.
Ela "pode contar com Portugal como o mais fiel e próximo aliado", disse também.
"As empresas brasileiras de maior porte estão em processo de internacionalização e tenho certeza de que encontrarão boas associações com empresas portuguesas para que juntos possamos disputar um lugar no mundo e na economia global", destacou.
Entre outros, a portuguesa Galp tem participação de 10% na maior área petroleira que o Brasil acaba de confirmar como produtiva em alto-mar, com um potencial de exploração de 8 bilhões de barris.
Sócrates disse que a agenda não permitiu abordar a eventual compra, pelo Brasil, da dívida portuguesa, e que esta é uma decisão das autoridades financeiras brasileiras.
No começo de dezembro, o ministro português das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, disse ter falado com o colega brasileiro, Guido Mantega - que continuará no cargo -, em reunião em Lisboa sobre "a possibilidade de investimento de brasileiros na dívida pública portuguesa", noticiou na ocasião o jornal Folha de São Paulo.
"Não conversamos em detalhe sobre isto porque compete a autoridades financeiras do Brasil. A dívida soberana está no mercado, é um bom investimento e vale a pena (...), mas não foi para isto que vim aqui, nem foi tema de conversa" com Dilma Rousseff, limitou-se a dizer Sócrates.
Portugal, que está na mira dos mercados nas últimas semanas devido a seus problemas orçamentários, prevê emitir "20 bilhões de euros" (26 bilhões de dólares) da dívida em 2011 para satisfazer suas necessidades de financiamento no ano que vem, segundo dados oficiais.