Vista do interior da boate Kiss, que pegou fogo em Santa Maria: local estava preparado para receber mais pessoas do que era autorizado, disse o governador Tarso Genro (Divulgação/Polícia Civil)
Da Redação
Publicado em 31 de janeiro de 2013 às 15h50.
São Paulo - A boate Kiss, em Santa Maria, não deveria ter autorização para funcionar, na opinião do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT). Em entrevista à Rádio Estadão, na manhã desta quinta-feira, o político disse que a Prefeitura não deveria ter concedido alvará para a casa noturna que pegou fogo no domingo, causando a morte de 235 pessoas.
"Mesmo que (a boate) estivesse dentro de normas legais de engenharia, qualquer leigo olharia aquele local e não daria alvará. Não tinha portas laterais, era uma espécie de alçapão, uma estrutura predatória da vida humana. E era visível que a casa estava preparada para receber mais gente do que o autorizado, cerca de 600 pessoas", afirmou Genro.
O governador disse, ainda, que a Prefeitura deveria ter lacrado a boate em agosto, quando venceu o alvará dado pelo Corpo de Bombeiros. "Mesmo que o documento esteja em análise, a casa deveria estar fechada até o documento sair."
Ainda segundo Genro, a tragédia de Santa Maria pode acontecer em qualquer cidade. "Isso que aconteceu em Santa Maria pode ocorrer em qualquer lugar do País hoje. Basta que as boates estejam lotadas." O governador disse que pediu ao Ministério Público para elaborar uma proposta de unificação das leis de segurança em edificações.