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Prefeitura de SP lança Corujão do Câncer para zerar fila de exames

Com um investimento de R$ 15 milhões, o programa terá mais de 70 mil atendimentos em 21 unidades municipais

Covas: "É inaceitável que o prefeito tenha esse tipo de agilidade e a população tenha que esperar dias para ter acesso a um tratamento" (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Covas: "É inaceitável que o prefeito tenha esse tipo de agilidade e a população tenha que esperar dias para ter acesso a um tratamento" (Rovena Rosa/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 21 de janeiro de 2020 às 16h55.

A Prefeitura de São Paulo lançou hoje (21) um programa para acelerar o atendimento dos pacientes com câncer de estômago, colorretal, tireoide e próstata, os tipos que registram maior incidência da doença. Essa será a primeira fase do chamado Corujão do Câncer, que começa a atuar na próxima quinta-feira (23).

O programa terá 2.300 vagas para colonoscopia, exame que detecta câncer do intestino para pessoas com idade acima de 65 anos. O objetivo é agilizar o tratamento da doença.

Durante a apresentação do programa, o prefeito Bruno Covas citou seu caso, lembrando que em menos de uma semana teve o diagnóstico de um câncer e já iniciou o tratamento quimioterápico. "É inaceitável que o prefeito, que tem condições de pagar um plano de saúde, tenha esse tipo de agilidade e a população, que não tem condições de pagar um plano de saúde, tenha que esperar dias para continuar e ter acesso a um tratamento".

O início da segunda fase do programa está previsto para março e priorizará os pacientes com diagnóstico de câncer de pele, ginecológico, hematológico, neurológico, pneumológico, oftalmológico e pediátrico. O programa aumentará a oferta de exames como Ecocardiograma, Densitometria Óssea, Ultrassonografia Mamária, Endoscopia. Serão 70.953 vagas com a ampliação de horário de atendimento das 19h às 22h, em 21 unidades municipais, sendo 13 Hospitais Dia e oito AMA-E (Assistência Médica Ambulatorial de Especialidades).

Este é o terceiro corujão feito na cidade e, segundo o prefeito, assim como os outros a ideia é reduzir ou zerar a fila de atendimento existente, por isso o programa não é permanente.

"Se a qualquer momento voltar a acontecer, pode-se ter um novo corujão. Ele não é um programa duradouro porque tem uma ação específica. Esperamos que não seja necessário voltar lá na frente a esse corujão do câncer, mas se houver necessidade ele retorna, para que o tempo médio de atendimento possa permanecer", explicou.

Os hospitais parceiros do Corujão do Câncer serão o AC Camargo, Instituto de Câncer Dr. Arnaldo (CAVC), Hospital Municipal Dr. Gilson de Cássia Marques de Carvalho/Einstein (Vila Santa Catarina) e Hospital Sírio Libanês. A parceiria dura por todo o período de tratamento, em toda a linha de cuidado, pelo período estimado de dois a cinco anos. Cada paciente terá um custo mensal estimado de R$ 26 mil para o município. O total de investimento no programa é de R$ 15 milhões.

"O que nós acreditamos é que atacando essas especialidades que são as mais o prevalentes com as 11.040 vagas anuais que já temos, conseguiremos ter uma administração mais regular do acesso. Essa ampliação vai ser bastante importante e com isso podemos ter um tempo de espera muito menor", afirmou o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido.

Apesar de o nome sugerir que o atendimento seja feito exclusivamente à noite, o secretário esclareceu que o programa funcionará 24 horas para os exames de colonoscopia, na primeira fase, e das 7h às 22h, na segunda fase.

De acordo com o secretário, o município de São Paulo já atende à Lei 12.732/2012, que determina que o paciente diagnosticado com câncer deve ser tratado em menos de 60 dias. A meta da prefeitura é reduzir a espera para a realização de exames em 30 dias até o final de 2020.

O tratamento do câncer acontece por meio de repasse de recursos do Governo Federal para o Município. Em 2019, o município de São Paulo atendeu 10.839 pessoas com câncer, na rede municipal do Sistema Único de Saúde.

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