Caminhões participam de protesto na BR-116 em São Paulo (Leonardo Benassatto/Reuters)
Valéria Bretas
Publicado em 1 de junho de 2018 às 15h48.
Última atualização em 1 de junho de 2018 às 15h50.
São Paulo - Levantamento realizado pela Secretaria da Fazenda da cidade de São Paulo mostra que a greve dos caminhoneiros deve gerar um prejuízo para a prefeitura de 150 milhões de reais em arrecadação de impostos.
Segundo informações publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (1), o valor seria suficiente para abastecer a merenda escolar de toda a rede municipal de ensino por três meses.
A análise, de acordo com a publicação, levou em consideração episódios anteriores de paralisações, como o apagão de 2001, os protestos de 2013 e a crise hídrica de 2014. Em todos, os setores mais atingidos teriam sido transportes, construção civil e serviços como hotelaria.
Uma nova avaliação do impacto das paralisações deve ser realizada em 15 dias.
No dia 18 de maio, a Associação Brasileira de Caminhoneiros (ABCam) convocou paralisação geral no país a partir de segunda-feira, dia 21, contra os aumentos seguidos nos preços do diesel. A principal reivindicação era que houvesse redução da carga tributária sobre o diesel, a zeragem da alíquota de PIS/Pasep e Cofins e a isenção da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico).
Sem retorno do governo, motoristas travaram rodovias por todo o país. Os primeiros efeitos da paralisação nacional começaram a ser sentidos nos dias seguintes: as frotas de ônibus passaram a ser reduzidas, houve falta de combustível nas cidades, disparada de preços de alimentos nos supermercados e cancelamentos de voos nos aeroportos.
Para conter o movimento, o presidente Michel Temer chegou a acionar as forças federais para desbloquear as estradas. Sem sinal de deserção após 7 dias de protestos, o emedebista anunciou a redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel por 60 dias, e a isenção de pagamento de pedágio para eixos suspensos de caminhões vazios - medida que terá custo total de 9,5 bilhões de reais aos cofres públicos.
Apesar do acordo, as consequências dos 11 dias de greve dos caminhoneiros devem continuar impactando a economia, a política, o orçamento e até o judiciário brasileiro ao longo de 2018.