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Prefeitura de Maricá nega bloquear pista de aeródromo

Pilotos acusam a prefeitura da cidade de estacionar veículos da Guarda Municipal ao longo da pista para impedir sua utilização


	Avião decolando: prefeitura de Maricá estaria bloqueando pista de aeroporto para evitar sua utilização
 (Sara Haj-Hassan)

Avião decolando: prefeitura de Maricá estaria bloqueando pista de aeroporto para evitar sua utilização (Sara Haj-Hassan)

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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2013 às 20h02.

Rio - Pilotos que precisam do aeródromo (pista de pouso, sem torre de controle nem equipamentos de navegação) de Maricá, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, acusam a prefeitura da cidade de estacionar veículos da Guarda Municipal ao longo da pista para impedir sua utilização. Na segunda-feira, 21, um monomotor que pousaria no local caiu numa lagoa a oito quilômetros do aeródromo, matando os dois ocupantes.

A causa do acidente está sendo investigada pela Aeronáutica. Pilotos defendem, porém, que o avião foi impedido de pousar pela presença de veículos e uma pane teria impedido a aeronave de arremeter. A Prefeitura de Maricá nega o bloqueio da pista e informa que interditou para reforma áreas não usadas por aviões em tráfego.

O acidente de segunda-feira foi o segundo em 40 dias e o quinto desde o ano passado em Maricá. Em 11 de setembro passado, um monomotor caiu sobre o muro de uma casa no Parque Eldorado, área urbana do município. O piloto morreu e o segundo ocupante ficou ferido.

"A prefeitura aproveitou o acidente de setembro para interditar o aeródromo, e não quer que a pista seja usada. Vários colegas já tiveram problemas para pousar nessa pista. Um deles chegou a ser ameaçado com arma de fogo", disse o piloto privado Fernando Anselmo, de 26 anos. Ele é aluno do aeroclube de Maricá. Pretende se tornar piloto comercial.

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Maricá, Lourival Casula declarou que "o aeródromo é da prefeitura, mas várias empresas usavam hangares e outros espaços sem pagar nada, porque em cerca de 40 anos nunca foi feita uma licitação. A prefeitura tem autorização da Secretaria de Aviação Civil para administrar áreas não usadas por aviões em tráfego, e decidiu reformar os hangares e escolher seus ocupantes por meio de uma licitação".

Segundo o secretário, "quem está reclamando são pilotos donos de escolas de instrução de voo, que ocupavam os hangares de graça". "A licitação para a reforma do aeródromo será em novembro. Depois vamos escolher quem poderá ocupar esses espaços. Mas nunca interrompemos a pista. Ela está sendo usada regularmente", afirmou.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que o aeródromo está aberto ao tráfego aéreo e o acesso é "de responsabilidade da prefeitura".

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