Francisco acena para fiéis do papamóvel: imagens divulgadas mostram multidão se aproximando do carro, que contava apenas com a proteção de alguns agentes de segurança (Gabriel Bouys/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2013 às 14h25.
Rio de Janeiro - O esquema de segurança do papa Francisco na chegada ao Rio de Janeiro foi questionado quando o veículo papal foi cercado por uma multidão por 12 minutos no centro da cidade, obrigando o Vaticano a tirar lições do acontecimento.
Questionado nesta terça-feira pela AFP sobre um eventual erro de trajeto por parte do motorista do veículo que conduzia o Papa, a assessoria de imprensa da prefeitura do Rio se limitou a responder que "a prefeitura não tem responsabilidade no caso; a polícia federal (PF) era responsável pela segurança".
Na véspera, porém, o secretário municipal de transportes, Carlos Roberto Osório, declarou à emissora Globo News que "o trajeto foi modificado no último minuto pela polícia federal. Não sei se foi a pedido do papa ou dos responsáveis pela segurança", explicou.
Osório esclareceu que a comitiva papal entrou na pista da direita da avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, ao invés de seguir pela pista do meio, liberada para a ocasião.
De acordo com imagens mostradas pela TV Globo, a multidão que se encontrava na avenida se aproximou do carro, que contava apenas com a proteção de alguns agentes de segurança visivelmente nervosos.
O veículo ficou preso entre a multidão de um lado e uma fila interminável de ônibus do outro. As grades de proteção, que serviriam para conter o público, só foram montadas a três quarteirões do local.
Apesar do tumulto, o pontífice não pareceu se incomodar e manteve o vidro do carro abaixado enquanto centenas de fiéis tentavam chegar perto, tocá-lo e entregar alguns presentes. O veículo papal levou 12 minutos para percorrer um trajeto de 500 metros.
Os responsáveis pela segurança do papa, a polícia federal e a prefeitura, divulgaram uma nota oficial explicando que haviam previsto grades de proteção apenas a partir do momento em que Francisco entrasse no "papamóvel" e percorresse as ruas do centro da cidade para saudar o público, o que aconteceu sem nenhum problema.
O porta-voz do Vaticano, Frederico Lombardi, afirmou na segunda-feira à noite que os imprevistos no trajeto do papa servirão de lição para os próximos dias, mesmo se Francisco não se mostrou assustado.
"Não se deve dramatizar o que aconteceu. Tudo correu bem, ninguém foi ali para prejudicar o Papa", indicou o porta-voz.
"Foi uma experiência inédita, vimos o entusiasmo das pessoas. É algo novo, uma lição para os próximos dias", afirmou ainda Lombardi, de acordo com a Globo.