Aedes aegypti: a prefeitura esclareceu que apenas convidou os cerca de 5 mil habitantes de Goiandira a jejuar, mas que ninguém foi obrigado (Marvin Recinos/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2016 às 17h23.
Brasília - Em meio à epidemia de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti no país, o prefeito de Goiandira (GO), Rick Marcus, adotou uma estratégia inusitada.
Na última sexta-feira (19), ele assinou um decreto instituindo o Dia de Jejum Municipal como uma das ações de combate ao mosquito na cidade.
O documento convocava líderes religiosos da comunidade a transmitirem a seus fieis a proposta de jejuar entre as 6h e as 12h da última segunda-feira (22).
Ainda de acordo com o texto, a medida tinha como objetivo “clamar a Deus por livramento e misericórdia” em virtude da infestação da dengue na cidade.
Por meio de nota, a prefeitura esclareceu que apenas convidou os cerca de 5 mil habitantes de Goiandira a jejuar, mas que ninguém foi obrigado a ficar sem se alimentar durante o período estabelecido no decreto.
“Em muitas situações de guerra descritas na Bíblia, as pessoas conseguiram vencer conflitos jejuando. Essa prática ajuda a pedir auxílio, buscar fortalecimento espiritual e criar uma ligação direta com Deus para refletir sobre esse problema. Nós estamos enfrentando uma batalha contra a dengue e todas as armas são válidas. Ação, oração, fé, tudo é valido”, disse o prefeito em nota.
Dados da Secretaria Municipal de Saúde mostram que foram notificados cerca de 600 casos de dengue na cidade este ano.
A partir deste mês, passa a valer em Goiandira a Lei Municipal nº 1.321/2016, que prevê multa para moradores que deixarem lotes abandonados e com focos do Aedes aegypti.
Ontem (23), agentes de saúde realizaram um mutirão de limpeza em terrenos baldios, ruas e casas do município, procurando acabar com possíveis criadouros do mosquito.
“A prefeitura de Goiandira reitera seu compromisso de continuar trabalhando na conscientização e na prevenção contra os focos do mosquito Aedes, trabalho este realizado durante todo o ano com a visita dos agentes comunitários de saúde e agentes de endemias”, destacou a nota.