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Em áudio, prefeita de Ribeirão Preto troca apoio por cargos

Em trechos divulgados, a Dárcy conversa com ex-diretor sobre dificuldade de aprovação de um projeto que transfere recursos de um fundo para a prefeitura


	Dárcy Vera: nos trechos divulgados, a prefeita conversa com ex-diretor sobre a dificuldade de aprovação na Câmara de um projeto que transfere recursos de um fundo para a prefeitura
 (Reprodução/Facebook)

Dárcy Vera: nos trechos divulgados, a prefeita conversa com ex-diretor sobre a dificuldade de aprovação na Câmara de um projeto que transfere recursos de um fundo para a prefeitura (Reprodução/Facebook)

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Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2016 às 21h54.

Ribeirão Preto - Em uma escuta telefônica divulgada nesta sexta-feira, 2, pelo Jornal da EPTV, afiliada à Rede Globo, a prefeita de Ribeirão Preto (SP), Dárcy Vera (PSD) negocia com o ex-presidente do Departamento de Água e Esgoto da cidade (Daerp), Marco Antonio dos Santos, preso na "Operação Sevandija", a troca de apoio político de dois vereadores pela manutenção de apadrinhados políticos deles em cargos na prefeitura e ainda a realização de obras.

Segundo a emissora, as escutas telefônicas foram feitas em 15 de junho com autorização da Justiça. Nos trechos divulgados, Dárcy e Machado conversam sobre a dificuldade de aprovação na Câmara de um projeto que transfere recursos de um fundo para a prefeitura.

Ela cita os vereadores Maurílio Romano Machado (PP) e Evaldo Mendonça (PTB), o "Giló", genro da prefeita, e ameaça tirar cargos deles por votarem contra a proposta.

Os dois vereadores estão entre os nove que tiveram os mandatos suspensos pela Justiça e foram alvos de condução coercitiva na operação deflagrada ontem pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.

No diálogo, a prefeita afirma que, além dos cargos mantidos pelos parlamentares, obras estavam sendo feitas em um bairro, base eleitoral do vereador Giló. "É o fim. Chega. Vota contra. Pode votar contra. Fica à vontade. Mas tira todos os seus cargos do governo hoje. (...) O cara tá cheio de gente no governo. Manda embora. Não é porque é meu genro, não", diz a prefeita em um dos trechos sobre Giló. "Tá asfaltando as ruas do Ipiranga. Eu vou mandar parar as ruas do Ipiranga. Quer medir força?", emendou.

Dárcy fala ainda que irá demitir os quase 60 funcionários indicados pelo vereador Machado, que seriam contratados de forma irregular segundo as investigações feitas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. "Peita os caras, manda os quase 60 embora do Maurílio pra ver se ele aguenta essa campanha", afirma a prefeita. "Ele não consegue segurar 60 pessoas desempregadas, na rua. Ele não dá conta", completou ela.

Santos, que atuaria na articulação com a base aliada, disse que iria fazer o que a prefeita pedia, mas que o resultado poderia a perda definitiva dos dois vereadores. "Vou chegar e dou um limpa no Giló e um limpa no Maurílio. A semana que vem dá um desespero em todo mundo, não resolveu nada. Definitivamente, perdemos dois votos. Depois de uma coisa dessa, não tem volta".

Em seguida, a prefeita disse que "o cara tem de ter um pingo de gratidão" e Santos a rebate. "Que gratidão? Gratidão em política, Dárcy? Isso aí não existe. Isso aí você sabe que não existe. Só existe interesse", conclui.

A prefeita passou o dia inteiro reclusa e em nota, a advogada dela, Maria Cláudia Seixas informou que a prefeita está "à inteira disposição pra prestar quaisquer esclarecimentos, que está colaborando irrestritamente com as investigações, (...) tem total confiança na Justiça e está certa de que tudo será esclarecido a seu tempo". A advogada, que também defende Santos, informou que ainda não teve acesso ao processo pra comentar o áudio.

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