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PR espera parecer do impeachment para dizer se sai da base

O partido, que hoje ocupa o Ministério dos Transportes, pode ganhar o Ministério dos Portos, até então com o neo-oposicionista PMDB


	Maurício Quintella Lessa: o líder do PR disse que a bancada do partido, com 40 deputados, está dividida e que ainda há muitos indecisos
 (Divulgação/Facebook do deputado Maurício Quintella Lessa)

Maurício Quintella Lessa: o líder do PR disse que a bancada do partido, com 40 deputados, está dividida e que ainda há muitos indecisos (Divulgação/Facebook do deputado Maurício Quintella Lessa)

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Da Redação

Publicado em 30 de março de 2016 às 18h43.

Brasília - Assim como o PP, o PR também aguardará a apresentação do parecer da Comissão Especial do impeachment da presidente Dilma Rousseff para decidir se abandona ou não o governo.

O partido, que hoje ocupa o Ministério dos Transportes, pode ganhar o Ministério dos Portos, até então com o neo-oposicionista PMDB.

"A decisão da bancada, que está hoje dividida pelo processo, e da Executiva foi tomar uma decisão partidária apenas após a conclusão do trabalho na comissão, a apresentação do relatório. Um partido que tem aliança há 14 anos, desde o primeiro mandato do governo Lula, tome qualquer posição antes de ao menos ouvir a defesa da presidente da República, que nem chegou à Casa ainda", afirmou o líder do PR na Câmara, Maurício Quintella Lessa (AL).

O líder disse que a bancada do partido, com 40 deputados, está dividida e que ainda há muitos indecisos. Segundo o parlamentar, ainda não se sabe se a legenda fechará questão em torno da decisão majoritária que será tomada.

Quintella disse que a legenda tem conversado com o governo, mas negou oferta de cargos. "O PR já faz parte do governo. As conversas com o governo têm sido no sentido de tentar convencer, claro, o partido a permanecer na base, o que é natural", afirmou.

Ao reforçar a negativa de que esteja negociando com o governo, admitiu que interlocutores do vice-presidente Michel Temer estão abordando legendas para compor um eventual futuro governo.

"Não acho que seja o momento adequado para tratar de cargo, principalmente pelo momento que a gente passa. Nem agora nem em relação a um futuro governo que se acredita que pode acontecer. O momento agora é para analisar o processo", disse Quintella.

Segundo ele, emissários de Temer "têm conversado com os demais partidos, aqueles que são oposição na Casa e formariam sua base de apoio".

Reação

O líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), minimizou o movimento dos partidos que tentam postergar a decisão de permanecer ou não no governo da presidente Dilma Rousseff.

"A mim não parece chantagem. Dizer que é chantagem é fazer desqualificação. Caracterizo como parte do processo político", afirmou.

Para Florence, é natural a distribuição de cargos entre as várias legendas que o governo tem conduzido, pois, "governar no Brasil, no presidencialismo de coalizão", segundo ele, "significa compor com partidos".

Questionado sobre se o PT estaria disposto a ceder espaço para contemplar outras legendas e recompor a base aliada, ele afirmou que sim.

"O PT estará sempre incondicionalmente disposto às decisões que convenham ao Brasil. A presidenta não precisa só recompor a base, precisa recompor o governo para continuar a governar", disse Florence.

O jornal O Estado de S.Paulo mostrou nesta quarta, 30, que o governo está oferecendo ao PP, além da manutenção do Ministério da Integração Nacional, outros dois novos ministérios e a presidência da Caixa Econômica Federal, hoje sob o comando do PT.

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