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Postos terão teste rápido para zika em fevereiro

O ministro da Saúde anunciou que o governo passará a oferecer nas unidades de saúde testes rápidos que poderão diagnosticar dengue, chikungunya e zika


	O zika virus, a dengue e a chikungunya, são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti
 (Arquivo/Agência Brasil)

O zika virus, a dengue e a chikungunya, são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti (Arquivo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2016 às 08h58.

Brasília - O ministro da Saúde, Marcelo Castro, anunciou ontem que o governo federal passará a oferecer nas unidades de saúde, a partir do mês que vem, testes rápidos que poderão diagnosticar, em uma só análise e em poucos minutos, dengue, chikungunya e zika. De acordo com Castro, a ferramenta será importante para confirmar o diagnóstico, uma vez que as três doenças têm sintomas semelhantes.

"O Instituto Bio-Manguinhos, que é da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), órgão do Ministério da Saúde, desenvolveu um kit diagnóstico que vamos provavelmente distribuir agora em fevereiro. A pessoa vai tirar o sangue e, com aquela mostra, vamos dizer imediatamente se a pessoa está com dengue, chikungunya ou zika", declarou o ministro na tarde de ontem, após reunião com a direção do Instituto Butantã para tratar do desenvolvimento de uma vacina contra o zika vírus.

Atualmente, o diagnóstico da doença é feito por meio do teste PCR, disponível apenas em alguns hospitais particulares e em laboratórios públicos de referência, como o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. Em média, o resultado demora de uma a duas semanas para sair. No teste rápido, o diagnóstico é dado em cerca de 20 minutos.

Castro não detalhou quantos kits serão distribuídos pelo País nem quais Estados terão prioridade. O Ministério da Saúde informou que mais detalhes serão anunciados hoje, em evento no Instituto Bio-Manguinhos. Paralelamente a isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve concluir nos próximos dez dias a análise de registro de um kit diagnóstico específico para identificar a infecção de zika.

Atualmente, não há nenhum produto comercial feito especialmente para a identificação do vírus, que chegou ao Brasil no ano passado, já atinge 20 Estados e é relacionado como provável causa da explosão de casos de microcefalia no País. Até agora, os diagnósticos de zika têm sido realizados por meio de metodologias que têm por base a busca do genoma do vírus, como o exame PCR. Tais exames não podem ser feitos em larga escala, pois são demorados, trabalhosos e caros.

Além do teste específico para zika, outros cinco kits comerciais estão em análise na agência. Todos estão sendo avaliados em caráter prioritário. Dois dos produtos servem para diagnóstico de arboviroses (doenças transmitidas por artrópodes, como insetos) em geral, dois para dengue e outro, para chikungunya.

Como não há um exame específico para zika, não há ao certo como saber quantas pessoas já tiveram a doença no País. A estimativa é de que pelo menos 500 mil pessoas tenham se infectado pelo vírus no ano passado. Cerca de 80% dos infectados não apresentam sintomas.

Vacina

Enquanto tenta ampliar a oferta de métodos diagnósticos do zika, o ministério iniciou uma série de reuniões com institutos públicos para desenvolver uma vacina contra a doença. Ontem, o ministro visitou o Butantã e hoje deverá se reunir com representantes do Bio-Manguinhos, no Rio. Um imunizante contra a doença, no entanto, só deverá estar disponível, na previsão mais otimista, em um período de três a cinco anos, conforme informou o diretor do Instituto Butantã, Jorge Kalil.

"A gente acredita que consegue chegar aos testes em macacos em um ano. Se eu conseguir isso e tiver um produto que seja um bom candidato para testar em humanos, vou levar seis meses para fazer a fase 1, mais seis meses para a fase 2 e mais seis meses para a fase 3. Eu estou cortando tudo em prazos mínimos. Se conseguimos cortar todos os passos, acredito que, em três anos, a gente tenha alguma coisa. Com algum atraso que possa ter, estamos falando em cinco anos", disse.

O período de três anos, porém, não considera todos os prazos necessários para trâmites burocráticos, como a aprovação na Anvisa do início da pesquisa em humanos e de cada fase do estudo. "Em condições normais, o desenvolvimento de uma vacina demora, em média, de 10 a 12 anos", disse Kalil. A ideia do Butantã para tornar o desenvolvimento da vacina contra a zika mais rápido é usar o vírus atenuado da dengue, que já foi desenvolvido pelos pesquisadores da instituição, e inserir um gene do zika vírus para testar se ele confere imunidade.

Repelente

Ontem, o ministro da Saúde ainda recuou em sua promessa de distribuir repelentes para todas as gestantes brasileiras. No mês passado, ele havia anunciado a medida como certa, contando com a parceria do laboratório do Exército, que declarou não ter capacidade para produzir o produto. "O Exército e todos os laboratórios do País juntos não estão preparados para produzir essa quantidade de repelente que nós precisamos de imediato. Então essa possibilidade de distribuir para todos não vai haver, infelizmente." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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