Cauê Macris: tucano tentará reeleição para presidência da Alesp no próximo dia 15 (Alesp/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de março de 2019 às 10h20.
São Paulo - Dois meses após as eleições de 2018, o posto de gasolina do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Cauê Macris (PSDB), que foi usado para compensar cheques de campanha, assinou um acordo com uma incorporadora para quitar uma dívida referente à compra de um apartamento de R$ 2,3 milhões na capital. O tucano tentará se reeleger no próximo dia 15.
Em nota, a assessoria do deputado afirmou que "é uma irresponsabilidade tentar relacionar a vida empresarial do deputado Cauê Macris com sua vida pública, ainda mais às vésperas da eleição da presidência da Assembleia". Segundo a nota, o posto possui faturamento bruto superior a R$ 5 milhões mensais e o acordo feito foi uma "renegociação de parte do valor de entrada do imóvel". Segundo a nota, todos os bens e empresas do deputado foram declarados à Receita.
No mês passado, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que o Posto União de Limeira Ltda, do qual Cauê é sócio desde 2012, recebeu R$ 881 mil em cheques emitidos pelas campanhas dele e do pai, o deputado federal Vanderlei Macris (PSDB), em 2018, embora não tenha sido fornecedor de nenhuma delas. Ambos afirmam terem usado a empresa para "facilitar o pagamento dos cabos eleitorais" que não têm conta bancária e moram no interior - as contas eleitorais foram abertas na capital. Embora a prática seja vedada por lei, as contas de Cauê foram aprovadas e as de Vanderlei reprovadas por outros motivos.
Em agosto de 2016, o posto de Cauê, que fica em Limeira, no interior paulista, comprou, ainda na planta, um apartamento residencial de 213 m² no 10.º andar do empreendimento Splendor Brooklin, descrito como "ícone do alto padrão", na zona sul paulistana. Em maio do ano passado, porém, a empresa do deputado parou de pagar as parcelas de compra do imóvel, acumulando um dívida de R$ 344,2 mil com a incorporadora Toscana.
Após notificar Cauê sobre a dívida duas vezes, a incorporadora moveu uma ação na Justiça em outubro para rescindir o contrato de compra e venda. Passada a eleição, no dia 13 de novembro, a incorporadora informa a Justiça que as partes estavam "em tratativas de acordo para manutenção da unidade". Em 6 de dezembro, ambos assinam um acordo extrajudicial no qual o posto se compromete a pagar a dívida de R$ 344,2 mil em três parcelas até fevereiro e os cerca de R$ 1,5 milhão restantes para quitar o imóvel, que deve ser entregue em setembro deste ano.
Em 2018, Cauê declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 276,6 mil, sendo 50% de uma casa em Americana, um carro e 50% de participação no posto e em uma churrascaria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.