Temer: segundo Temer, as pessoas que o chamam de golpista não leem a Constituição (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de maio de 2017 às 10h52.
Última atualização em 15 de maio de 2017 às 17h52.
Brasília e São Paulo - O presidente Michel Temer negou que possa se candidatar à reeleição em 2018. Segundo ele a "possibilidade é zero" por não ver necessidade de se candidatar.
Perguntado durante entrevista coletiva a rádios regionais transmitida pela EBC se ele repensaria na questão se houvesse uma aclamação popular, Temer disse "Se povo pedir, vou dizer que cumpri bem minha missão nesses dois anos".
Sobre a possibilidade de cassação de sua chapa com a ex-presidente Dilma Rousseff em 2014, Temer diz que espera que o processo seja julgado o quanto antes para não atrapalhar o bom andamento econômico do País.
Segundo Temer, as pessoas que o chamam de golpista não leem a Constituição, pois é um rito normal o vice assumir quando o presidente sofre um impeachment.
Questionado sobre um projeto no Congresso que prevê a prorrogação de mandato presidencial no Brasil, o presidente disse que ninguém conversou com ele sobre isso, nem mesmo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, mas não há menor condição de prorrogação de mandato juridicamente.
"Não é verdade isso", afirmou, destacando que, de qualquer modo, essa questão deve ir adiante no Congresso.
De todo modo, enquanto mencionava a necessidade de fazer as reformas estruturais no Brasil, Temer citou o exemplo da Espanha, que passou por uma crise de cinco anos, "quase como a nossa aqui" e que embora tenha enfrentado bastante resistência e protestos, viu a economia se recuperar e primeiro-ministro ser reeleito.
Ao tratar da reforma política, Temer afirmou que o prazo é pequeno para o tema no Legislativo e que ainda estão sendo trocadas ideias sobre o assunto.
"O Congresso tem pensado em estabelecer outra uma alternativa à lista fechada, mas não sabemos se dará tempo. Segundo ele, as contribuições de pessoas físicas e jurídicas a uma candidatura devem ser levadas em conta como exercício de cidadania, mas só poderia haver colaboração a um candidato, e não a todos. "Não veria mal nisso", disse.
"Nas eleições municipais não houve contribuição jurídica e as coisas caminharam com fundo partidário, mas em uma candidatura para Presidência e governador de Estado, as verbas são mais vultosas. Programas de TV e de rádio podem ajudar", concluiu.
Perguntado pelo jornalista de uma radio mineira sobre quando iria a Minas Gerais, Temer explicou que o ano foi tumultuado e que não tem restrições pessoal ou política sobre o governador Fernando Pimentel (PT).
"Sou amigo do Pimentel, mas minha relação é com o povo de Minas Gerais", disse, adiantando que deve ir ao Estado quando tiver algo concreto para entregar.
Michel Temer recebe na tarde desta segunda-feira, em audiências separadas, as deputadas Dâmina Pereira (PSL-MG) e Rosinha da Adefal (PTdoB-AL), além do ex-governador de São Paulo Luiz Antônio Fleury Filho. Os encontros vão ocorrer no Palácio do Planalto.