Hoje, seus terminais movimentam tanta soja quanto Paranaguá, no Paraná (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 31 de maio de 2013 às 16h44.
Santos - O domínio do Brasil sobre alguns mercados mundiais de commodities foi construído ao longo dos séculos com a passagem dos navios pelo porto de Santos, que prevê triplicar seu movimento de cargas nos próximos 15 anos, a exemplo do que ocorreu nas últimas duas décadas, segundo seus gestores.
O maior porto latino-americano deve movimentar neste ano um volume recorde de 100 milhões de toneladas de cargas, superando as 96 milhões de toneladas em 2010. O porto responde por 26 por cento do comércio brasileiro.
Essa posição dominante do porto santista não deve se esvair tão cedo, apesar da ascensão de portos menores ao longo da costa brasileira. A descoberta de petróleo no pré-sal da bacia de Santos garantirá a relevância do porto e da Baixada Santista como um todo.
"Estudos mostram que Santos pode triplicar seu movimento de bens ao longo dos próximos 15 anos", disse José Correia Serra, presidente da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo, administradora do porto). "Este porto é o cordão umbilical do Brasil no comércio com o mundo."
No entanto, Serra disse que o porto tem praticamente o mesmo tamanho do que há 20 anos, quando movimentava pouco mais de 30 milhões de toneladas por ano. "Triplicamos o movimento inteiramente por meio da inteligência logística, e isso é crucial para o crescimento futuro. Mas teremos de nos expandir fisicamente para triplicar outra vez. Vamos construir novos terminais."
A história do Brasil como maior exportador mundial de commodities agrícolas --açúcar, café e suco de laranja, por exemplo-- sempre dependeu de Santos. Os túneis, ferrovias e rodovias que rasgam a serra do Mar ilustram essa importância.
Desde o advento da soja no país, Santos se tornou também um importante ponto de embarque para a soja e o milho.
Hoje, seus terminais movimentam tanta soja quanto Paranaguá, no Paraná.
Mas a exportação de soja deve gradativamente se espalhar, acompanhando novas regiões produtoras, segundo Serra. Os portos amazônicos, por exemplo, ficam mais próximos dos cultivos do Centro-Oeste, e também dos centros consumidores da Europa e Estados Unidos.
"Mas não será esse o caso com o açúcar, o café, o suco de laranja e o movimento de contêineres. Essas cargas estão ligadas a Santos e não vão se espalhar da mesma maneira", disse o administrador.
O Brasil domina cerca de metade do comércio mundial do açúcar, a maior parte do de suco de laranja, e um terço do mercado global do café.
Nos próximos quatro anos, o governo federal deve investir 1,3 bilhão de reais para a ampliação do porto de Santos, segundo Leônidas Cristino, ministro-chefe da Secretaria Nacional dos Portos.
"Santos é crucial para o crescimento do Brasil", disse Cristino num intervalo do Fórum Internacional sobre a Expansão do Porto de Santos.
Parte dos investimentos irá envolver a ampliação do estuário de Santos, que atualmente tem apenas 150 metros de largura.