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Portela, Salgueiro e São Clemente se destacam no Rio

O público, em todos os setores do sambódromo, acompanhou os desfiles com uma vibração contagiante


	Salgueiro: enredo homenageava o malandro carioca
 (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Salgueiro: enredo homenageava o malandro carioca (Tomaz Silva/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2016 às 11h20.

Rio de Janeiro  - O Salgueiro colocou o malando na praça outra vez. Logo que o samba enredo da escola começou a ser tocado na Marquês de Sapucaí, o público, em todos os setores do Sambódromo, acompanhou com uma vibração contagiante.

Era um sinal do ritmo forte que a segunda escola da noite de segunda-feira (8) imprimiria na avenida para apresentar o enredo A Ópera dos Malandros, desenvolvido pelos carnavalescos Renato e Márcia Lage. “O que eles fizeram na bateria foi show de bola”, disse o mestre Marão, sobre a Furiosa, como é chamada a bateria do Salgueiro.

As alegorias extensas e pesadas não impediram que a escola evoluísse no tempo sem atropelos. Vários tipos de malandro passaram pela avenida em um desfile marcado pela alegria dos componentes.

A tia Taninha, do Caxambu, no Morro do Salgueiro, foi passista, ritmista e agora está na Velha Guarda. Ela disse que o samba mexeu com os componentes. “Que beleza, muito bom. Dá uma emoção danada, não tem explicação”, disse, avaliando a possibilidade da escola conquistar o título de campeã. “Vamos ver, quem sabe é jurado! Estamos na briga. Senti que a escola veio bem e a comunidade gostou do samba, foi apoiado”.

Apesar do bom desfile, o abre-alas da escola teve um problema de iluminação durante o desfile, mas pouco depois ao normal.

São Clemente

Outra escola que também apresentou problemas foi a São Clemente. O carro O Grande Circo e o Respeitável Público emperrou diante do setor 7 e foi preciso ter o auxílio da ala da força com cerca de 12 empurradores para que se movimentasse. Mas o público aplaudiu. “A gente se juntou para dar uma força e empurrar para engrenar”, disse Agnaldo Gonçalves, que é da ala da força da São Clemente.

O desfile da amarelo e preto de Botafogo, na zona sul do Rio, foi descontraído e seguindo exatamente o enredo Mais de Mil Palhaços no Salão. “Mais uma escola cantando o circo nesta grande ópera popular. Viva o circo! Estou muito feliz.

Parece que tudo valeu a pena. 30 anos de entrega voluntária, de amor, doação para um segmento que é o circo. Hoje vê-lo cantado dessa forma tudo valeu a pena”, disse o ator Marcos Frota, que tem um circo e desenvolve projetos de arte circense. No grupo da Série A, ele tinha desfilado na sexta-feira com a Porto da Pedra, em homenagem ao palhaço Carequinha.

A carnavalesca Rosa Magalhães veio sentada em uma das alegorias, que representava o Castelo dos Bobos e a Carroça dos Saltimbancos. É um costume de Rosa vir misturada a outros componentes em alegorias.

No final da escola ela transformou a avenida em um panelaço. Duas alas vieram com panelas e tampas nas mãos e os palhaços se manifestavam, tocando no ritmo do samba. O carro que veio logo atrás estava todo decorado nas laterais com panelas de diversos tamanhos e se chamava Manifesto do Palhaço.

Portela

Depois da São Clemente quem impressionou o público foi a Portela. A viagem da águia, símbolo da escola, pela humanidade, garantiu o destaque de ter sido considerada, junto com o Salgueiro e a Mangueira, como as melhores apresentações do segundo dia do Grupo Especial.

Para contar o enredo No voo da águia, uma viagem sem fim, o carnavalesco Paulo Barros modernizou a escola e agradou os integrantes da Velha Guarda, pelo respeito à tradição da azul e branco. “Ele não fugiu à tradição e fez um trabalho maravilhoso”, indicou Tia Surica desfilou no chão antes da comissão de frente. “Eu fiquei muito emocionada, mas pela minha escola faço qualquer coisa”.

A comissão de frente, como já é uma das marcas dos desfiles de Paulo Barros, causou forte impacto no público. Ela representava a Odisseia de Homero. Os integrantes, que são bailarinos, tiveram que se movimentar muito.

Eles subiam em uma alegoria onde estava o atleta de flyboard Cláudio Matos, vestido de Poseidon, deus da mitologia grega. O equipamento usado por ele permitiu ser elevado com jatos de água a uma altura de até de 30 metros e ficar parado no ar. Toda vez que isso acontecia ao longo do desfile, o público vibrava.

Por causa dos movimentos rígidos, necessários para realizar a coreografia, os integrantes da comissão tiveram o auxílio nos ensaios do fisioterapeuta Vitor Pessanha e do preparador físico Jalber Rodrigues. “É uma coreografia inusitada e tem muito esforço físico. Além de trabalhar a parte física a gente trabalhou a eficiência mecânica e isso foi bem legal para o resultado final”, contou Jalber.

O fisioterapeuta confeccionou uma bota especial para cada integrante para amenizar possíveis lesões de tornozelo, já que os bailarinos desciam de uma parte muito alta da alegoria. Momentos antes do desfiles eles fizeram um trabalho com os bailarinos.

“Na concentração foi feito um trabalho de massagem para deixar a musculatura bem solta para eles realizarem os movimentos na avenida. Com o Jalber, eles fizeram um trabalho para a musculatura chegar ativada para dar tudo certo e graças a Deus conseguimos”, disse Vitor. Os dois nunca tinham feito trabalhos para escolas de samba.

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