Câmara dos Deputados, em Brasília (Agência Câmara/Agência Câmara)
Agência O Globo
Publicado em 29 de setembro de 2021 às 07h36.
Por unanimidade em reunião nesta terça-feira, o PSL decidiu aprovar a realização de convenção para oficializar fusão com o DEM. Na semana passada, o DEM havia tomado decisão idêntica, também por unanimidade. A estratégia de PSL e DEM é criar um novo partido que teria, em 2022, o maior fundo eleitoral e partidário do país, bem como o maior tempo de propaganda na televisão. O projeto original é lançar uma candiatura própria à Presidência da República no ano que vem.
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— A aprovação por unanimidade para votar a fusão, tanto no PSL quanto no DEM, mostra que ambos os partidos estão empenhados em se unir para criar a maior legenda do Brasil, que certamente terá protagonismo em 2022. Agora é esperar a convenção conjunta de PSL e DEM (prevista para 6 de outubro) para oficializar de vez esse casamento — disse Antônio Rueda, vice-presidente nacional do PSL. Caso a união se concretize, o futuro partido contará com cerca de R$ 330 milhões para gastar nas eleições do ano que vem.
Enquanto o DEM avalia a possibilidade de lançar à presidência da República o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), ou o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (MS), o PSL apresentou o jornalista José Luiz Datena como pré-candidato ao Planalto.
Com a fusão, a ideia é que o futuro partido analise, por meio de pesquisas, qual nome terá mais viabilidade para concorrer como postulante da chamada "terceira via" contra o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula. Caciques de DEM e PSL já encomendaram um estudo com opções de nome para batizar a nova sigla, que teria à frente Luciano Bivar, atual presidente do PSL, e, como secretário-geral, ACM Neto, atual presidente do DEM.
O presidente Jair Bolsonaro também planeja se aproximar do partido que será criado para avaliar a possibilidade de filiação. "Em relação à fusão do PSL com o DEM, vamos esperar para ver se tem diálogo", disse o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), que busca um partido para acolher o pai e seus aliados. O PSL foi o partido pelo qual Bolsonaro se elegeu, mas, depois, rompeu por divergências com Bivar. O DEM conta com dois ministros no atual governo: Onyx Lorenzoni (Trabalho) e Tereza Cristina (Agricultura).
A possibilidade de filiar o presidente ou mesmo de apoiá-lo em 2022, contudo, é considerada extremamente remota por dirigentes de ambas as siglas ouvidos pela reportagem. Eles citam a dificuldade de Bolsonaro em subir nas pesquisas e a vontade, tanto na cúpula do PSL quanto na do DEM, de apoiar um nome próprio para o pleito do ano que vem.
A união entre DEM e PSL é, também, uma tática para evitar um provável encolhimento de ambas as legendas após as eleições de 2022. Dirigentes dos dois partidos admitem que, separadas, as siglas dificilmente conseguiriam repetir a votação que tiveram em 2018 para a Câmara dos Deputados. A quantidade de parlamentares eleitos nesta Casa é considerada essencial, pois determina, entre outros fatores, o valor do fundo eleitoral e partidário a que cada legenda terá direito.
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