Presidente da Câmara, Rodrigo Maia: os tucanos queriam a 1.ª vice, mas abriram mão do posto para os peemedebistas (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de dezembro de 2016 às 09h35.
Brasília - Em busca de apoio para sua reeleição ao comando da Casa em fevereiro de 2017, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), começou a oferecer cargos na Mesa Diretora e até a indicação para liderança do governo.
O foco da negociação são os maiores partidos do Centrão - bloco de cerca de 200 deputados da base aliada liderado por PP, PSD, PTB e PR e que, nesta semana, atuou para tentar barrar a candidatura do parlamentar fluminense.
Com aval do Planalto, Maia ofereceu a liderança do governo na Câmara ao PP, dono da quarta maior bancada da Casa, com 47 deputados. Propôs à sigla também a indicação para 2.ª Secretaria, que cuida da gestão de passaportes diplomáticos e liberação de viagens para missões oficiais. Em troca do apoio do PR, que tem a quinta maior bancada, com 40 deputados, ofereceu ao partido a 1.ª Secretaria, considerada a "prefeitura" da Câmara e responsável por gerir o orçamento da Casa.
A negociação tem sido feita pelo presidente da Câmara com os dirigentes partidários e com ministros dessas legendas. No PR, Maia vem conversando com o ex-deputado Valdemar Costa Neto, que controla o partido, embora não seja o presidente, e com o ministro Maurício Quintella (Transportes). No PP, as tratativas são com o presidente da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), e com o líder do partido na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB), um dos cotados para ser líder do governo.
O presidente da Câmara também mantém contato frequente com o ministro Gilberto Kassab (Ciência e Comunicações), presidente licenciado do PSD. Maia ofereceu ao partido a 4.ª secretaria, que cuida da parte de moradia dos deputados. A legenda tem a sexta maior bancada, com 37 deputados. Segundo interlocutores de Maia, Kassab teria prometido apoio, caso o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), não seja candidato a presidente pelo Centrão.
A estratégia de Maia é tentar rachar o Centrão e desidratar a candidatura do grupo ao comando da Câmara, como ocorreu em sua primeira eleição, em julho. No 2.º turno, o PR apoiou Maia contra Rosso, então candidato do grupo. Na próxima disputa, o grupo tem dois pré-candidatos: Rosso e o líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO).
Acerto
Maia já tem apoio de grande parte do PMDB e PSDB. Aos peemedebistas, donos da maior bancada, com 66 deputados, ele negteve ajuda do Planalto.
Os tucanos queriam a 1.ª vice, mas abriram mão do posto para os peemedebistas, em troca da indicação para a Secretaria de Governo - o nome mais cotado é o do líder do partido na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA). Na divisão, o PSDB teria direito ainda à 2.ª vice-presidência da Casa. O partido tem a terceira maior bancada, com 48 parlamentares.
Maia ofereceu ainda a 3.ª secretaria ao PT, partido que tem a segunda maior bancada, com 58 deputados. A legenda, porém, está dividida. Uma ala, liderada pelo deputado Arlindo Chinaglia (SP), tem negociado para compor com Centrão. Outra tem conversado com o atual presidente da Câmara.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.