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Por reajuste, PMs de SP marcam protesto para o dia 4

Protesto será contra proposta de reajuste salarial de 0% apresentada às categorias, segundo informou Associação de Cabos de São Paulo


	Policiais militares de SP: protesto deve reunir apenas oficiais da reserva e familiares de militares
 (Marcelo Camargo/ABr)

Policiais militares de SP: protesto deve reunir apenas oficiais da reserva e familiares de militares (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2014 às 19h46.

São Paulo - As 17 associações que representam soldados, cabos e oficiais da Polícia Militar do estado de São Paulo marcaram para o próximo dia 4, quarta-feira, uma manifestação na frente do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista localizada no Morumbi (zona sul da capital).

O protesto será contra a proposta de reajuste salarial de 0% apresentada às categorias, segundo informou na tarde desta terça-feira, 27, a Associação de Cabos de São Paulo.

O protesto deve reunir apenas oficiais da reserva e familiares dos militares, uma vez que eles não podem participar de manifestações.

Policiais de outros estados, como Pernambuco e Bahia, chegaram a cruzar os braços neste ano durante negociações trabalhistas. Porta-voz da Coordenação das Entidades Representativas da Polícia Militar, o coronel da reserva Sérgio Payão afirma, no entanto, esperar que a manifestação seja "suficiente para sensibilizar o governo" sobre as necessidades de reajuste da categoria.

"A tropa está revoltada e o movimento pode se transformar em uma greve", afirmou o PM.

"Acontece que a categoria não quer fazer greve. Na Bahia, em uma semana de greve, morreram 59 pessoas. É o número de mortes em São Paulo durante três dias. Queimaram 12 ônibus. Aqui, seriam 30. O efeito de uma greve é tão prejudicial que a própria polícia poderia ter dificuldade em colocar ordem na casa", continua Payão.

O coronel afirma que os policiais querem 13% de reajuste. "Daria um aumento de R$ 450 aos solados", diz. "O impacto seria de 1,04% no Orçamento do estado."

Payão continua: "São Paulo já tem um dos salários mais baixos do Brasil. O soldado recebe R$ 2.608. Mesmo com o adicional de insalubridade, dá R$ 3.100, aproximadamente. O salário em Sergipe é de R$ 3.700. Em Minas, R$ 4.700. No Distrito Federal, de R$ 5.200. Sem contar que em Brasília há um PM para cada 180 habitantes, enquanto aqui há um para cada 507. Uma carga de trabalho três vezes maior".

Os policiais estudam a possibilidade de iniciar uma operação padrão caso as discussões não avancem.

Significa que viaturas sem condições - como as que tem pneus carecas ou rodam em seguro obrigatório em dia - deixariam de ser usadas.

"Já tivemos oito reuniões para tratar do aumento. Quando chegamos a um índice, que foi levado para o governador, Geraldo Alckmin disse não. O estado vai dizer que, nos últimos três anos, tivemos aumento de 36,94%, acima da inflação. Mas o aumento real é muito baixo", completou Payão.

Em resposta ao estado, a Secretaria de Segurança Pública usou o índice citado por Payão.

"Na atual gestão foram concedidos três aumentos salariais, o que representa um reajuste acumulado de 36,59%, quase o dobro da inflação do período, que foi de 19,38%, de acordo com o IPCA", diz nota enviada pela secretaria.

A nota não cita possibilidade de retorno às negociações com os policiais. As entidades representantes dos PMs afirmam que, no dia 4, devem trazer ônibus com representantes do interior do estado.

A secretaria afirma ainda que "que não é verdade que será 0% de reajuste. As negociações estão em andamento". Mas, questionada especificamente sobre a agenda das supostas negociações (e o dia da próxima reunião com as entidades), a assessoria de imprensa do órgão disse não ter informações sobre a data.

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