Bolsonaro: Com o cancelamento da viagem, a agenda do presidente não possui nenhum compromisso oficial para o dia (Alan Santos/PR/Flickr)
Clara Cerioni
Publicado em 12 de março de 2020 às 10h59.
Brasília — O presidente Jair Bolsonaro cancelou viagem que faria ao Rio Grande Norte na tarde desta quinta-feira, 12, dia em que pode ter uma reunião com líderes do Congresso para discutir o combate à pandemia de coronavírus.
Bolsonaro viajaria para Mossoró, onde faria o anúncio de medidas não especificadas do governo federal. O cancelamento da viagem foi informado pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência.
Segundo informações do jornal O Estado de S.Paulo, o presidente tem sido monitorado para a doença após o secretário de comunicação, Fábio Wajngarten, apresentar sintomas de gripe e ser submetido a um teste para o coronavírus.
Nesta quarta-feira, após o jornal Folha de S.Paulo revelar que Wanjgarten havia passado por exames, ele foi ao Twitter criticar a imprensa, mas não negou que tenha realizado os testes.
“Em que pese a banda podre da imprensa já ter falado absurdos sobre minha religião, família e minha imprensa, agora falam da minha saúde. Mas estou bem, não precisarei de abraços de Dráuzio Varella”, escreveu.
Com o cancelamento da viagem, a agenda do presidente não possui nenhum compromisso oficial para o dia, que começou com forte turbulência nos mercados financeiros em decorrência da pandemia -- o dólar chegou a superar a casa de 5 reais e o Ibovespa voltou a acionar o mecanismo de circuit breaker após recuar mais de 11%.
Há uma expectativa sobre possível encontro de Bolsonaro com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nesta quinta-feira, para discutir a liberação de recursos para o combate ao coronavírus, de acordo com a Agência Senado.
Na noite de quarta-feira, Alcolumbre afirmou que o governo federal estuda editar uma medida provisória para buscar a liberação de 5 bilhões de reais para reforçar a estrutura do Ministério da Saúde para combater o coronavírus.
A declaração foi dada depois de reunião no Congresso com a presença dos ministros Paulo Guedes, da Economia, e Luiz Henrique Mandetta, da Saúde, além de Maia e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de acordo com a Agência Senado.