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Por divergências com Aras, coordenador da Lava-Jato na PGR pede demissão

A promessa era que José Adônis teria autonomia total para tocar investigações, mas medida acabou não se concretizando

Augusto Aras: de acordo com fontes, o procurador-geral não teria dado autonomia para o coordenador da operação (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Augusto Aras: de acordo com fontes, o procurador-geral não teria dado autonomia para o coordenador da operação (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

AO

Agência O Globo

Publicado em 23 de janeiro de 2020 às 18h14.

Última atualização em 23 de janeiro de 2020 às 18h57.

Brasília — O coordenador do grupo da Lava-Jato na Procuradoria-Geral da República (PGR), subprocurador José Adônis Callou de Araújo Sá, pediu demissão do cargo por divergências e insatisfação com a gestão do atual PGR Augusto Aras.

Aras havia prometido total autonomia para Adônis tocar os casos da Lava-Jato, o que incluiria atuar diretamente no Supremo Tribunal Federal (STF) neste casos, sem necessidade de uma assinatura de Aras nas peças e documentos das investigações.

De acordo com fontes da PGR, porém, esta autonomia não se concretizou e Aras estava interferindo nos trabalhos do grupo.

A assessoria de imprensa da PGR ainda não se manifestou sobre o motivo da saída do coordenador e prepara uma nota para ser divulgada em breve sobre o assunto. Informou apenas que a equipe da Lava Jato será reforçada com mais dois integrantes.

Araújo Sá foi nomeado ao cargo por Aras em outubro do ano passado. Aras foi escolhido para comandar a PGR pelo presidente Jair Bolsonaro, escolha essa que foi criticada em parte por integrantes do MPF por ter sido feita à revelia da lista tríplice da associação da categoria. Essa lista vinha balizando as escolhas para PGR desde 2003, no primeiro mandato do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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