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Por coronavírus, prefeitura de Guarulhos sugere fechar aeroporto

Para o prefeito, o terminal internacional deveria funcionar de forma limitada, com ressalvas de caráter médico e sanitário

Coronavírus: passageiros internacionais não estão passando por triagem ao desembarcar no país (Carol Coelho/Getty Images)

Coronavírus: passageiros internacionais não estão passando por triagem ao desembarcar no país (Carol Coelho/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de março de 2020 às 12h44.

Última atualização em 22 de março de 2020 às 20h46.

O prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric Costa (PSB), solicitou nesta quinta-feira, 19, ao governo federal a tomada de medidas sanitárias no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, e recomendou o fechamento imediato do terminal para passageiros.

O jornal O Estado de S. Paulo revelou nesta quinta-feira que nos aeroportos internacionais de Brasília e Guarulhos, por onde passam diariamente 165 mil pessoas, não têm sido feita triagem ou sequer verificação mais cuidadosa da situação dos passageiros que chegam de países afetados pela covid-19.

Para o prefeito, o terminal deveria funcionar de forma limitada, com "ressalvas de caráter médico e sanitário, como o transporte e abastecimento de remédios e transplantes, entre outras ações que não podem sofrer interrupções". A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) destacou que "cabe à União determinar o fechamento de aeroportos" e a Infraero não se manifestou.

A Secretaria de Saúde de Guarulhos informou que o número de casos suspeitos de covid-19 na cidade subiu de 181 para 249 nesta quinta-feira e há quatro casos confirmados.

Não vai haver fechamento de aeroportos no País, diz ministro

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, afirmou nesta sexta-feira, 20, em entrevista ao canal GloboNews, que o governo federal não vai determinar o fechamento dos aeroportos, medida que, segundo ele, poderia gerar problemas de abastecimento. De acordo com ele, não se pode "criar barreiras sanitárias" que impeçam o transporte de produtos essenciais.

Freitas disse ainda que o decreto do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, "padece de legalidade" e que o próprio governador sabe disso.

"Ele criou uma saída para isso, ao dizer que o decreto depende do aval da agência federal, jogando a responsabilidade para a União, mas não vai haver fechamento de aeroportos", disse o ministro, que lembrou que o tema é competência da União e disse que os contratos com o setor aeroportuário serão "reequilibrados."

Para o ministro, não é o momento para disputas políticas e para tomar medidas que não tenham sido devidamente pensadas. "Momentos de crise são momentos de disciplina, para seguir a legislação", afirmou Freitas, que disse que vai propor a criação de um conselho nacional de transportes, com a participação dele e dos secretários estaduais de transportes, para que as ações sejam coordenadas. "Medidas não coordenadas têm efeitos colaterais negativos sobre abastecimento", comentou.

O ministro demonstrou preocupação com a possibilidade de o País passar por uma crise de abastecimento semelhante à da greve dos caminhoneiros. "Precisamos manter a boa logística funcionando", disse. "Nós vamos garantir abastecimento e logística de insumos" afirmou. O ministro também disse que o governo deve editar medidas para mostrar essencialidade do setor portuário.

Freitas afirmou que o País não pode virar uma desordem e mostrou confiança que a crise será superada. "O brasileiro é criativo, competente e solidário", afirmou o ministro, que disse que algumas empresas estão se oferecendo para ajudar, dando o exemplo da Ambev e da Cosan, que se ofereceram para produzir álcool em gel.

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