Vacina contra a covid-19. (skaman306/Getty Images)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 26 de março de 2021 às 16h05.
Última atualização em 3 de maio de 2021 às 17h06.
Horas depois de o Instituto Butantan anunciar que está produzindo uma vacina contra a covid-19 100% brasileira, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, disse que um outro imunizante, apoiado pelo governo federal, entrou com o pedido junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para realizar de testes em seres humanos. Ainda na ocasião, Marcelo Queiroga, novo ministro da Saúde, defendeu o uso de máscaras em larga escala por todo o país. "Na Copa, somos o país da chuteira. Na pandemia, temos de ser o [país] da máscara", disse.
Na coletiva de imprensa realizada na tarde dessa sexta-feira, Pontes afirmou que o protocolo de submeter o imunizante à Anvisa foi feito na última quinta-feira, 25. A vacina ainda não tem nome e é desenvolvida em parceria com a Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. O imunizante já passou pelos testes pré-clínicos e, agora, aguarda autorização para iniciar a nova etapa com 360 voluntários. A última etapa (ou Fase 3 de testes) será feita com um grupo de 20 mil a 30 mil pessoas.
A Anvisa emitiu uma nota, logo após a fala de Pontes, dizendo que recebeu o pedido para realização de estudo das fases 1 e 2 da vacina chamada Versamune®️-CoV-2FC. Segundo a agência, o prazo médio para uma reposta é de 72 horas. "A análise considerará a proposta do estudo, o número de participantes e os dados de segurança obtidos até o momento nos estudos pré-clínicos que são realizados em laboratório e animais", afirma o texto enviado à imprensa.
“O Brasil investiu em 15 protocolos de vacinas com tecnologias diferentes. Esses cientistas têm trabalhado desde março do ano passado. Três dessas vacinas avançaram nos testes com animais. E agora estão entrando em testes em voluntários. Em outubro do ano passado já tínhamos a aproximação do final de testes com animais. Eu na época tentei encontrar recursos, mas não consegui. Agora, temos os recursos para financiar estes testes”, disse Pontes em entrevista coletiva nesta sexta-feira, 26.
Questionado sobre o anúncio pouco tempo depois da informação do Instituto Butantan, o ministro disse que era apenas uma coincidência. "No meu ponto de vista, não tem nada a ver um ponto com o outro", afirmou.
Em seguida, Queiroga reforçou o discurso de Pontes e ressaltou que espera fazer mais parcerias com a iniciativa privada, para que seja possível ampliar o volume de pesquisas realizadas no Brasil. "Esse cenário pandêmico trouxe também a oportunidade de as pessoas entenderem a importância da pesquisa clínica", afirmou.
Antes de finalizar sua fala, o ministro também reforçou a necessidade de seguir as medidas de higiene contra a covid-19. Diante do megaferiado que se aproxima em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, Queiroga ressaltou a importância de seguir protocolos a fim de diminuir as internações e, posteriormente, os óbitos causados pela doença.