PCC: os novos alvos são acusados de fazer a ponte entre presos em penitenciárias do interior de São Paulo e os cabeças do grupo (Reprodução/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de maio de 2018 às 12h23.
Sorocaba - Uma operação da Polícia Civil cumpre, nesta quinta-feira, 10, mandados de prisão preventiva contra oito suspeitos de atuarem como "pombos-correio" de membros da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) presos em penitenciárias do interior de São Paulo.
De acordo com o delegado Everson Contelli, coordenador da operação, nas primeiras horas da manhã eram cumpridos quatro mandados de prisão na capital e cidades da região metropolitana de São Paulo. Outros mandados estavam em cumprimento nas cidades de Sumaré, Taubaté e Itaquaquecetuba.
Os presos seriam levados para Presidente Venceslau, de onde partiram os mandados judiciais. A Penitenciária 2 de Venceslau abriga presos que integram o comando do PCC, entre eles o líder máximo, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. "Nessa fase, o foco está nas células de comunicação entre a cúpula que está no interior dos presídios e os advogados ou pessoas que são contatos deles", disse o delegado.
Esses intermediários são chamados de "pombos-correio", por serem os portadores das mensagens. Os mandados de prisão foram expedidos pela Justiça após a análise do material apreendido numa fase anterior, em agosto de 2017, quando foram realizadas buscas e apreensões em casas de suspeitos e escritórios dos advogados envolvidos.
A ação é uma nova fase da Operação Ethos, que já prendeu 53 pessoas, entre elas 14 advogados e um dirigente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), acusados de agir em cumplicidade com membros do PCC para crimes de corrupção, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
A primeira fase da operação aconteceu em maio de 2015, quando foi descoberta a existência da chamada "sintonia da gravata" - advogados pagos para atuar em ações criminosas do PCC. Até agora, 13 advogados e outras quatro pessoas já foram julgadas em primeira instância e condenados pelos crimes. O próprio Marcola, levado a julgamento, pegou mais 30 anos de prisão pelas acusações decorrentes da Operação Ethos.