Lopez teria comprovantes da entrega de propinas oriundas do esquema de corrupção na Petrobras (Sergio Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2014 às 13h21.
São Paulo – Os políticos envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras, investigado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, recebiam dinheiro vivo de propinas diretamente em suas casas, de acordo com a revista Veja, publicada neste sábado. Entre os nomes citados na reportagem estão João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, e Roseana Sarney, governadora do Maranhão.
Segundo a publicação, Rafael Ângulo Lopez era o braço direito do doleiro Alberto Youssef e era responsável por distribuir as quantias nas residências dos acusados. Veja afirma que, durante quase 10 anos, ele viajou pelo Brasil com notas amarradas ao corpo, sem nunca ser capturado.
O ponto de partida seria a cidade de São Paulo e os destinos variavam entre cidades como Brasília, Recife, Porto Alegre, Curitiba, Maceió e São Luís, além de outros países, como Peru, Bolívia e Panamá.
Ainda de acordo com a revista, o jeito discreto, o ar formal e a dupla cidadania (espanhola e brasileira) de Lopez o deixaram fora de suspeita por muito tempo, já que usava seu passaporte espanhol em suas viagens.
O dinheiro era acomodado junto ao corpo com camadas de fita adesiva e filme plástico e, nas ocasiões em que o volume era muito grande, Lopez contava com ajuda de outras pessoas.
A reportagem de Veja também informa que o homem tinha o costume de anotar e guardar comprovantes das operações clandestinas e já se ofereceu para fazer acordo de delação premiada, assim como Alberto Youssef.