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Políticos reagem à decisão do TRF-4 de manter condenação de Lula

Os desembargadores da TRF-4 mantiveram, por unanimidade, a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Lula: "Vamos lutar por LUla e pela democracia", disse Dilma (Nacho Doce/Reuters)

Lula: "Vamos lutar por LUla e pela democracia", disse Dilma (Nacho Doce/Reuters)

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Reuters

Publicado em 24 de janeiro de 2018 às 19h50.

Os desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) mantiveram, por unanimidade, a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no julgamento do recurso do processo do apartamento tríplex do Guarujá (SP) e aumentaram a pena fixada anteriormente pelo juiz de primeira instância Sérgio Moro.

Ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva olha para a ex-presidente Dilma Rousseff durante ato de apoio à candidatura de Lula, em Porto Alegre. 23 de janeiro de 2018. Foto: REUTERS/Diego Vara

Ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva olha para a ex-presidente Dilma Rousseff durante ato de apoio à candidatura de Lula, em Porto Alegre. 23 de janeiro de 2018. Foto: REUTERS/Diego Vara (Diego Vara/Reuters)

"Vamos lutar em todas as instâncias do Judiciário pelo direito do ex-presidente Lula ser candidato. Mas vamos lutar por Lula e pela democracia em todos os recantos, nas ruas, na cidades e no campo do nossoBrasil."

"A inocência do ex-presidente Lula e a perseguição política expressa na sua condenação impedem o restabelecimento da normalidade democrática e a pacificação do país. Uma eleição que vier a impedir o ex-presidente Lula de concorrer não terá legitimidade."

Ex-presidente Dilma Rousseff
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Geraldo Alckmin, governador de SP (Rovena Rosa/Agência Brasil)

"Talvez não termine hoje essa novela, porque cabe recurso, mas o importante não é se preocupar com adversário, é se preocupar com eleitor. Quem vai decidir a eleição é o povo."

Geraldo Alckmin, Governador de São Paulo e presidente nacional do PSDB

"O Poder Judiciário tem a responsabilidade de fazer julgamentos. E quando o Poder Judiciário julga, ele analisa os fatos, analisa as provas, as evidências que foram recolhidas pela polícia a partir da denúncia feita pelo Ministério Público.

Tenho a convicção que a Justiça, tanto na instância inicial em Curitiba, como agora perante à turma de Porto Alegre, analisou todas as evidências e todas as informações e tomou a decisão correta. Porque se existe crime, o crime deve ser punido, o crime não pode compensar no país."

Paulo Bauer, líder do PSDB no Senado

"Corporativismo! Os desembargadores não analisaram a propriedade do imóvel. Limitaram-se a defender (o juiz Sérgio) Moro. Foi uma defesa da sentença e não uma análise dos argumentos da defesa. Um jogo de cartas marcadas. Amanhã teremos reunião da Direção Nacional. Vamos reafirmar a candidatura de Lula"

Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara
Dilma Rousseff e Gleisi Hoffmann

Dilma Rousseff e Gleisi Hoffmann (Diego Vara/Reuters)

"O corporativismo sobrepôs a Constituição, a legalidade, a democracia, sustentando o golpe e os interesses da elite brasileira."

Gleisi Hoffmann, senadora e Presidente nacional do PT

"A decisão foi baseada nas leis, nos fatos e nas provas... O julgamento imparcial e isento atende ao que pede a sociedade, que espera maior rigor no combate à corrupção e à impunidade."

"Lula e seus seguidores tentaram politizar o julgamento... Mas a condenação de Lula deixa uma importante lição de cidadania: ao julgar e condenar um ex-presidente, a Justiça mostra que já foi o tempo em que os ricos e poderosos ficavam imunes à lei."

Efraim Filho, líder do DEM na Câmara

"Condenar Lula sem provas mostra a parcialidade e politização do Judiciário. O mar de gente que toma o centro de São Paulo hoje mostram que Lula está absolvido na memória e no coração do povo. Tirar Lula no tapetão é golpe! Vamos à luta pelos direitos de Lula e dos brasileiros."

Deputado Orlando Silva (PCdoB-SP)

"Essa decisão já torna o presidente inelegível. A Lei da Ficha Limpa deixa claro que condenado por um colegiado ele estará afastado definitivamente de toda e qualquer disputa eleitoral."

"Em relação ao momento da política nacional, nós já sabemos que a Justiça mais do que nunca fez com que prevalecesse a decência ao punir o ex-presidente da República depois de tantos fatos e tantos crimes cometidos por ele. É muito comum você ouvir um petista dizendo 'onde estão as provas?'. E são muitas, basta ler os autos... Esta é uma realidade."

Ronaldo Caiado, líder do DEM no Senado

"Eu acho que é uma vitória da democracia brasileira, eu acho que uma afirmação do processo democrático... São votos estritamente técnicos, jurídicos, baseados nos autos. Eu acho que isso demonstra uma maturidade da democracia brasileira uma instância da Justiça exercer com independência, com liberdade e altivez a sua convicção jurídica apesar de todas as tentativas de intimidação impróprias."

Arnaldo Jordy, líder do PPS na Câmara

"Fosse um momento de seriedade democrática, o julgamento de hoje seria preocupante e vergonhoso. Com a democracia em risco, é um sinal de que a marcha do golpe ainda é ampla e não respeita direitos em nenhuma instância judicial... Não houve condenação de Lula pela ação em julgamento hoje. A sentença de primeira instância foi apenas escada para os desembargadores do TRF-4 colocarem para fora opiniões e malabarismos jurídicos. Ao fim, a suposta posse do tríplex por Lula não ficou comprovada. Não há como provar."

Deputado Patrus Ananias (PT-MG)

"É um julgamento emblemático, que pode ter até impactos no processo eleitoral, mas muito mais importante é ser um marco divisor... um avanço histórico para a consolidação de uma nova Justiça onde todos serão iguais perante a lei. Ninguém acima da lei, mesmo que seja ex-presidente da República."

"Em relação às provas, diziam que não existem provas e o relator apresentou prova a prova com muita consistência, referendando a decisão do juiz (Sérgio) Moro ainda com maior rigor, afirmando que as provas são seguras e portanto suficientes para a condenação."

Álvaro Dias, senador e líder do Podemos

"Não é uma turma de tribunal mas sim um pelotão de fuzilamento fascista. Essa decisão é ilegal e imoral e não merece respeito. Será repudiada pelo povo brasileiro."

Deputado Wadih Damous (PT-RJ)
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