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Políticos de cinco partidos tinham contas no HSBC da Suíça

Segundo informações do UOL, valores não foram declarados à Justiça Eleitoral; políticos citados negam irregularidades.

A revista acontecia na sede do HSBC em Genebra, sob o comando do procurador-geral do cantão, Olivier Jornot (Philippe Huguen/AFP)

A revista acontecia na sede do HSBC em Genebra, sob o comando do procurador-geral do cantão, Olivier Jornot (Philippe Huguen/AFP)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 26 de março de 2015 às 11h04.

São Paulo – Políticos de cinco partidos brasileiros tiveram contas no HSBC da Suíça. A informação é do blog do jornalista Fernando Rodrigues, do UOL.

O banco foi denunciado sob suspeita de ter ajudado clientes de mais de 200 países a sonegar impostos. A lista de clientes inclui brasileiros. Dados do banco referentes aos anos de 2006 e 2007 foram vazados por um ex-funcionário.

Os políticos que aparecem nos registros vazados são Lirio Parisotto (PMDB-AM), suplente de senador e empresário, Márcio Fortes (PSDB), da Executiva Nacional do PSDB, Marcelo Arar (PT-RJ), vereador do Rio de Janeiro, Jorge Roberto Silveira, ex-prefeito de Niterói, um assessor de Silveira, Daniel Tourinho, presidente nacional do PTC, além de duas irmãs do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP).

Segundo o UOL, Lirio Parisotto aparece relacionado a cinco contas no HSBC, todas abertas entre 2001 e 2005, com saldos de até US$ 45,8 milhões. De acordo com a revista Forbes, Parisotto tem uma fortuna estimada em US$ 1,6 bilhão.

Parisotto foi eleito suplente do senador Eduardo Braga (PMDB) em 2010 e não declarou nenhuma conta no HSBC da Suíça à Justiça Eleitoral.

Márcio Fortes, da Executiva Nacional do PSDB, tem seu nome ligado a três contas no banco. Fortes concorreu em 2006 a deputado federal pelo partido e, de acordo com o UOL, não declarou contas na Suíça. Ao menos uma delas estava ativa na época, com US$ 2,4 milhões.

Marcelo Arar, do PT, teria tido duas contas no HSBC suíço, também não declaradas à Justiça Eleitoral. Uma delas já estava encerrada em 2007, a outra permanecia aberta e tinha saldo de US$ 247.812. É possível saber os saldos somente das contas ainda ativas em 2006 e 2007.

O ex-prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira, do PDT, e José Roberto Vinagre Mocarzel, ex-secretário de Obras do município, tiveram contas abertas na década de 1990, ambas encerradas em 2003, segundo o UOL. Daniel Sampaio Tourinho, presidente do PTC, teve duas contas em abertas e encerradas em 1992.

Duas irmãs do deputado federal Paulo Maluf também aparecem nos registros do banco. O nome de Therezinha Maluf Chamma está relacionado a quatro contas, com saldos de até US$ 1,7 milhão em 2007. Nelly Maluf Jafet aparecia com uma conta, que estava encerrada no período de 2006 a 2007.

Os nomes citados foram procurados pelo UOL, e todos negaram irregularidades ou não comentaram o tema

Manter uma conta bancária no exterior não é crime, desde que a Receita Federal seja avisada. A suspeita sobre o HSBC da Suíça é de que o banco ajudava seus correntistas a esconder os valores guardados.

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