José Serra, do PSDB: "a tendência é se acolher o impeachment" (Tiago Queiroz/AE)
Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2015 às 18h33.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou nesta quarta-feira que aceitou pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff assinado pelo jurista Hélio Bicudo e apoiado pela oposição.
Com a aceitação do pedido, que se baseia na acusação de descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, uma comissão de deputados será criada para emitir um parecer sobre a abertura efetiva ou não do processo de impedimento da presidente.
A decisão de Cunha foi anunciada no dia em que representantes do PT no Conselho de Ética da Câmara anunciaram que votarão pela continuidade do processo que pede a cassação do mandato do presidente da Casa, que é acusado de mentir à CPI da Petrobras por ter afirmado que não tinha conta bancária no exterior.
Veja abaixo comentários sobre a decisão:
SENADOR JOSÉ SERRA (PSDB-SP)
"Isso a curto prazo muda todo o panorama político. Esse vai ser o principal tema nacional agora. A tendência é se acolher o impeachment, mas isso é um sentimento, uma intuição. Vai haver uma espécie de plebiscito no país.
DEPUTADO JOSÉ GERALDO (PT-PA), MEMBRO DO CONSELHO DE ÉTICA
“A gente já avaliava que ele (Eduardo Cunha) iria usar essa arma para ofuscar o posicionamento da bancada (do PT) no Conselho de Ética. Eu defendi anunciar o nosso posicionamento só na terça-feira, mas quiseram antecipar. Eu sempre disse: eu não acredito no Cunha e ele vai usar agora todas as armas que tem. ”
SENADOR JOSÉ AGRIPINO (DEM-RN), PRESIDENTE NACIONAL DO DEM
“Recebi (a notícia) com naturalidade, tendo em vista que as razões jurídicas estão postas. Ele tinha que decidir em algum momento, decidiu agora. ”
“A presidente já vive um momento delicado na economia. Agora vai ter que se defender de um processo de impeachment.”
SENADOR ÁLVARO DIAS (PSDB-PR), LÍDER DA OPOSIÇÃO NO SENADO
“Imagino que é um avanço, porque a pior situação era a indefinição. Essa expectativa pelo impeachment estava paralisando o país, paralisando o governo. A instauração vai permitir superar este impasse. Que seja uma resposta rápida da Câmara, claro que seguindo os trâmites regimentais.”
“O que fica evidente é que não prevaleceu o interesse nacional em relação ao timing. O que prevaleceu foi o interesse do presidente da Câmara. A motivação não é republicana, mas a definição é importante.”
SENADORA MARTA SUPLICY (PMDB-SP)
"A população aguarda ansiosamente. O timing foi do (deputado Eduardo) Cunha, não foi o timing da população."
DEPUTADO PAULO PIMENTA (PT-RS)
"Vamos defender o mandato da Dilma e a Constituição no parlamento e nas ruas.”