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Policiamento no Complexo do Alemão terá mudanças

A polícia já têm informações sobre os tiros disparados na noite passada (30) contra o prédio do AfroReggae, incendiado no dia 16 deste mês


	O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame: de acordo com o secretário, a facção criminosa Comando Vermelho é a responsável pelos atentados na comunidade do Alemão.
 (GettyImages)

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame: de acordo com o secretário, a facção criminosa Comando Vermelho é a responsável pelos atentados na comunidade do Alemão. (GettyImages)

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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2013 às 14h52.

Rio de Janeiro – O secretário Estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, anunciou hoje (31) mudanças na estratégia de policiamento no Complexo do Alemão, onde ocorreram recentemente atos de violência. Beltrame fez o anúncio durante a reabertura do núcleo do grupo cultural Afroreggae na comunidade.

As atividades do grupo serão desenvolvidas em outro prédio, enquanto a sede passa por obras de recuperação. O governador Sérgio Cabral, e o coordenador do AfroRegga, José Júnior, também participaram da solendiade.

Beltrame informou que a polícia já têm informações sobre os tiros disparados, na noite passada (30) contra o prédio do AfroReggae, incendiado no dia 16 deste mês. Segundo o secretário, foram obtidas informações "no âmbito da inteligência", mas ainda falta formação de prova. "Isso é fruto de investigação policial, de um trabalho da inteligência. Nós precisamos de formação de prova. E, mais do que isso, capturar essas pessoas”, disse ele.

De acordo com o secretário, a facção criminosa Comando Vermelho é a responsável pelos atentados na comunidade do Alemão. “Obviamente, são pessoas ligadas ao Comando Vermelho, com aquela velha homologação que vem de presídios." Beltrame disse que o grupo responsável pelo incêndio e pelos tiros é o mesmo. "Temos a nítida impressão de que este movimento é muito mais contra José Júnior [coordenador do AfroReggae] pela sua história, do que efetivamente contra o projeto da UPP [Unidade de Polícia Pacificadora].”

O governador Sérgio Cabral destacou a importância do grupo cultural para a sociedade. “O Afroreggae faz um belo trabalho social e cultural, inclusive de recuperação de ex-traficantes, que encontram o caminho do bem. O Afroreggae já foi convidado para fazer apresentações no mundo inteiro. Ter um ícone como este de cultura e entretenimento – é disto que estamos tratando aqui, é de cidadania”, afirmou Cabral.


Apesar de entender que há risco na reabertura do AfroReggae, José Júnior disse que o grupo confia no trabalho de segurança do governo. “Fechamos porque houve uma ameaça, mas estamos reabrindo mesmo com esse ordenamento. A ordem para fecharmos chegou quinta-feira (18), e ainda abrimos na sexta (19). Só fechamos no sábado (20). Ficamos dez dias fechados por causa das ameaças. Se eu disser que não há risco, estarei mentindo." Ele ressaltou, porém, que o grupo está tendo apoio. "E esse apoio vai além do governo, é da comunidade como um todo.”

José Júnior voltou a acusar o pastor Marcos Pereira de responsável pela situação do grupo. Preso sob acusação de estupro, o pastor foi denunciado por Júnior há mais de um ano, por envolvimento com o tráfico de drogas. “Isso tudo aqui é por causa dele. Eu o acusei exatamente do que está acontecendo agora. Digamos assim: se o Comando Vermelho fosse uma empresa, ele é o presidente do conselho. Ele está preso por estupro, mas responde a outras acusações”, disse o coordenador do AfroReggae.

No dia 16, a sede do Afroreggae no Complexo do Alemão foi incendiada. No prédio, funcionavam a redação do jornal Voz da Comunidade e uma pousada administrada pelo grupo. Wagner Moraes da Silva, de 20 anos, suspeito de ser responsável pelo incêndio, morreu na madrugada de hoje no Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio. Na noite de ontem, oito tiros de fuzil foram disparados contra o prédio incendiado. Nenhum suspeito foi preso.

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