Brasil

Polícia prende 2 filhos de deputada que teve o marido assassinado no RJ

Embora tenham sido presos por outras acusações, eles estão sendo investigados pela Polícia Civil por possível envolvimento na morte

Marido de deputada foi assassinado em Niterói, no Rio de Janeiro (Twitter/Reprodução)

Marido de deputada foi assassinado em Niterói, no Rio de Janeiro (Twitter/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de junho de 2019 às 21h37.

São Paulo — Dois dos 55 filhos da pastora evangélica e deputada federal Flordelis dos Santos (PSD) foram presos nesta segunda-feira (17), um dia após a morte do seu marido, o pastor Anderson do Carmo de Souza, assassinado com pelo menos 15 tiros na garagem da própria casa, em Pendotiba, bairro de Niterói, região metropolitana do Rio. Embora tenham sido presos por outras acusações, eles estão sendo investigados pela Polícia Civil por possível envolvimento na morte.

O primeiro detido foi Flávio dos Santos Rodrigues, de 38 anos, filho biológico de Flordelis e enteado de Souza. A prisão ocorreu durante o enterro do padrasto. Ele foi levado para a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, onde prestou depoimento e deve passar a noite na carceragem.

Desde 17 de abril, Flávio tinha um mandado de prisão preventiva em aberto por violência doméstica. Em janeiro, a Justiça determinou que se mantivesse a pelo menos 500 metros de distância da ex-mulher, além de respeitar outras medidas protetivas. Como desrespeitou as ordens impostas pelo juiz André Luiz Nicolitt, do 1º Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de São Gonçalo (região metropolitana do Rio), foi alvo da ordem de prisão cumprida nesta segunda-feira, 17.

O outro filho do casal preso é Lucas, de 18 anos. Ele é um dos 51 filhos adotivos do casal e, antes de completar 18 anos, teria se envolvido com o tráfico. A ordem de prisão contra ele foi emitida por conta dessa suposta conduta. O rapaz foi detido na casa da família, em Niterói, e seria encaminhado para uma unidade do Departamento Geral de Ações Socioducativas, órgão estadual responsável pela execução de ordens judiciais contra crianças e adolescentes.

A principal linha de investigação da Polícia Civil considera que Flávio e Lucas agiram juntos e mataram Souza para defender a mãe, após descobrir um caso extraconjugal de Souza. Outra hipótese, que foi levantada, mas perdeu força, é de uma briga familiar em razão de uma dívida.

Já a deputada Flordelis contestou a hipótese de que um de seus filhos tenha cometido o crime: "Isso é ridículo, acusar alguém sem provas", afirmou, durante o enterro de Souza. Ela acredita que o marido foi morto durante uma tentativa de assalto, em um latrocínio. "É nisso que eu acredito: que foi um assalto e ele morreu defendendo a família."

A advogada Luciene Diniz Suzuki, que atende a família de Flordelis, afirmou ao jornal O Globo que a ex-mulher de Flávio vai informar à Justiça que não deseja mais as medidas protetivas. Segundo Luciene, ela foi ao enterro e esteve com o ex-marido antes de ele ser preso.

Nesta segunda, o governador Wilson Witzel (PSC) afirmou que esteve com o secretário de Polícia Civil na noite de domingo após a notícia do assassinato do pastor, e a principal linha de investigação do crime era de que um dos filhos do casal ordenou a execução. "A morte nos causa muita perplexidade", disse.

"Ontem (domingo) estive com o secretário de Polícia Civil e ele me disse que há a suspeita de que um dos filhos adotados, não sei se formalmente ou informalmente, teria praticado o crime. Agora está nessa linha de investigação. Entendemos que é um fato lamentável e esperamos que tudo seja rapidamente esclarecido. Vamos acompanhar a investigação", afirmou Witzel durante um evento na escola estadual Paulo de Frontin, na Praça da Bandeira (região central do Rio).

Souza e Flordelis voltavam de uma confraternização e teriam sido seguidos até a casa deles. Segundo a deputada contou à polícia, depois que chegaram em casa, o marido voltou à garagem porque teria esquecido algo dentro do carro. Nesse momento, a família ouviu o som dos disparos e desceu correndo. Souza chegou a ser levado ao Hospital Niteroi D'or, onde morreu. Os atiradores fugiram sem levar nada.

Testemunhas disseram que três homens encapuzados fizeram disparos. O cachorro da família teria sido dopado para não alertar sobre a presença de desconhecidos. Imagens de câmeras de segurança da rua onde fica a casa do casal foram requisitadas e estão sendo analisadas pela polícia. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo.

Acompanhe tudo sobre:MortesRio de Janeiro

Mais de Brasil

PF convoca Mauro Cid a prestar novo depoimento na terça-feira

Justiça argentina ordena prisão de 61 brasileiros investigados por atos de 8 de janeiro

Ajuste fiscal não será 'serra elétrica' em gastos, diz Padilha

G20: Argentina quer impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração final