Senado: a ação foi pedida pela Procuradoria-Geral da República
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de outubro de 2016 às 09h05.
Última atualização em 21 de outubro de 2016 às 10h16.
Brasília - A Polícia Federal confirmou por meio de nota que deflagrou na manhã desta sexta-feira, 21, a Operação Métis para desarticular associação criminosa armada responsável por embaraçar a Operação Lava Jato e outras investigações da PF. A ação tem o apoio do Ministério Público Federal e mira servidores da Polícia Legislativa do Senado.
Quatro policiais legislativos foram presos e o diretor da Polícia do Senado, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, foi conduzido coercitivamente. Ele e os subordinados foram pegos em ações de contrainteligência para ajudar senadores que estão sendo investigados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Ao todo, estão sendo cumpridos nove mandados judiciais, todos em Brasília, sendo quatro de prisão temporária, um deles nas dependências da Polícia do Senado. Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara Federal do Distrito Federal.
Segundo a PF, "foram obtidas provas de que o grupo, liderado pelo diretor da Polícia do Senado, tinha a finalidade de criar embaraços às ações investigativas da Polícia Federal em face de senadores e ex-senadores, utilizando-se de equipamentos de inteligência".
Em um dos eventos, afirma a PF, o diretor da Polícia do Senado ordenou a prática de atos de intimidação à Polícia Federal, no cumprimento de mandado expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em apartamento funcional de senador.
Os investigados responderão por associação criminosa armada, corrupção privilegiada e embaraço à investigação de infração penal que envolva organização criminosa. Somadas, as penas podem chegar a 14 anos e seis meses de prisão, além de multa.
De acordo com a PF, a Justiça Federal já determinou a suspensão do exercício da função pública dos policiais do Senado envolvidos no esquema.
O nome da operação - Métis - faz referência à Deusa da Proteção, com a capacidade de antever acontecimentos.