Badim: no subsolo do hospital, onde começou o fogo após um curto-circuito, tinham 4 tanques com capacidade de armazenar 250 litros de óleo diesel em cada um (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Agência Brasil
Publicado em 17 de setembro de 2019 às 07h29.
A Polícia Civil pretende fazer nesta terça-feira (17), uma nova perícia no prédio do Hospital Badin e no gerador onde teria começado o incêndio na quinta-feira (12) que deixou 12 mortos. A perícia terá a presença de técnicos da empresa responsável pelo equipamento.
Nesta segunda (16), funcionários da equipe de manutenção do Hospital Badim que estavam no local na hora do incêndio prestaram depoimento na 18ª Delegacia de Polícia (Praça da Bandeira), encarregada do inquérito, e peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) fizeram uma perícia nas instalações.
A fumaça tóxica que se desprendeu e tomou todo o prédio de seis andares foi resultado da queima de óleo diesel após um incêndio no gerador do hospital.
A polícia técnica esteve novamente nesta segunda-feira no hospital e os peritos ficaram por duas horas e meia no subsolo do prédio, deixando o local por volta das 13h10. No subsolo, onde começou o fogo após um curto-circuito, tinham quatro tanques com capacidade de armazenar 250 litros de óleo diesel em cada um. O hospital não informou se todos os tanques estavam cheios.
Ainda nesta segunda-feira, equipes do quartel do Corpo de Bombeiros do quartel de Benfica, na zona norte, foram acionados para verificar a denúncia de vazamento de gás nas instalações do Hospital Badim. Em nota, o Hospital Badim informou que, por volta das 19h30, a empresa fornecedora de oxigênio realizou a abertura de um dos tanques para evitar a variação abrupta de pressão no equipamento.
"O procedimento foi adotado em função da falta de consumo pelo fechamento do hospital nos últimos dias. O Corpo de Bombeiros constatou a normalidade [da operação] e não se encontra mais no local", informou a nota.
A 12ª vítima do incêndio foi identificada como Yolandina Gaspar. A Polícia Civil não confirmou, no entanto, a idade da vítima. Ela sofria de problemas renais crônicos e engoliu muita fumaça tóxica produzida pelo óleo diesel usado no gerador.
Em nota, a assessoria do hospital informou que ressalta que "todos os esforços e dedicação das equipes médicas envolvidas foram empenhados para a recuperação da paciente, assim como tem sido feito diariamente no atendimento prestado".
De acordo com o hospital, 54 pacientes continuam internados. Há também 10 familiares e cuidadores de idosos internados por ingestão de fumaça tóxica.
Representantes do Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro estiveram nesta segunda-feira na administração do Hospital Badim e entregaram um Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT) para evitar a demissão de enfermeiros pelo prazo de um ano e para que os profissionais também não tenham os dias descontados pela interrupção no atendimento.
Os dois prédios do hospital no bairro do Maracanã estão sem funcionar. O mais novo, inaugurado no ano passado, não foi atingido pelo fogo, mas "não está operacional". Ele também foi esvaziado na quinta-feira passada durante o incêndio e não voltou à rotina normal.
A assessoria do hospital informou que a medida administrativa referente aos enfermeiros não está em cogitação no momento. Segundo a assessoria, a prioridade é dar suporte para as famílias das vítimas e não há previsão para abertura do prédio novo do Badim.