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Polícia do Rio investiga terceira morte por procedimento estético

Após a morte de Lilian Calixto, submetida a procedimento estético pelo "Dr. Bumbum", polícia também apura a morte de uma modelo de 24 anos

Polícia Civil do Rio investiga um terceiro caso de morte ocorrido após a realização de um procedimento estético (Clarice Castro/ GERJ/Divulgação)

Polícia Civil do Rio investiga um terceiro caso de morte ocorrido após a realização de um procedimento estético (Clarice Castro/ GERJ/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de julho de 2018 às 11h56.

Rio - A Polícia Civil do Rio investiga um terceiro caso de morte ocorrido após a realização de um procedimento estético. A vítima seria Adriana Ferreira Pinto, que passou por procedimento cirúrgico em uma clínica em Niterói, na semana passada.

Após a morte da bancária Lilian Calixto, de 46 anos, submetida a procedimento estético pelo médico conhecido como "Doutor Bumbum", a polícia também abriu nesta segunda-feira, 23, investigação para apurar as causas da morte de uma modelo de 24 anos.

De acordo com informações do Bom Dia Brasil, da TV Globo, o marido de Adriana (cuja idade não foi informada) depôs à polícia e informou que ela se sentiu mal após retornar para casa após passar pelo procedimento. Adriana foi levada ao hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), onde já teria chegado sem vida.

O caso de Adriana é o terceiro em pouco mais de uma semana. Primeiro, a bancária Lilian Calixto, de 46 anos, morreu após passar por procedimento estético na cobertura do médico Denis Furtado, na Barra da Tijuca. Ele, que ficou conhecido como "Doutor Bumbum", está preso.

Nesta segunda-feira, a polícia também abriu investigação para apurar as causas da morte da modelo Mayara Silva dos Santos, de 24 anos. Ela supostamente morreu em consequência de cirurgia estética irregular, realizada por outro profissional, ainda não identificado.

Como no caso de Furtado, tudo teria sido feito em um apartamento no bairro, fora de ambiente médico. A modelo morreu na sexta-feira, 20, horas após submeter-se a procedimentos nas coxas e nos glúteos, além de retirar gordura do abdômen. Até a noite desta segunda-feira, a polícia não sabia quem foi o responsável pela cirurgia, porque Mayara morreu sem revelar o nome do profissional.

Segundo parentes, Mayara é carioca, mas no ano passado começou a namorar um dinamarquês e foi morar na Dinamarca, onde permaneceu por nove meses. Ela voltou ao Rio há um mês, e o namorado viria em outubro. Eles pretendiam se casar no Brasil.

Nesta terça-feira, 24, Mayara se internaria em um hospital para colocar silicone nos seios e fazer rinoplastia (cirurgia no nariz, para melhorar a estética ou a respiração do paciente). Mas, sem informar à família, ela seguiu sugestão que teria partido de uma amiga e na última sexta-feira, 20, foi até um apartamento na Barra da Tijuca para se submeter aos procedimentos nos glúteos.

Pouco depois da cirurgia, a modelo sentiu-se mal - a família ainda não sabe onde ela estava quando precisou de socorro. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamada e conduziu a paciente para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) vizinha ao Hospital Lourenço Jorge, também na Barra da Tijuca. Durante o trajeto, Mayara teria sofrido duas paradas cardiorrespiratórias. Morreu ainda antes de chegar à UPA.

O corpo da modelo foi enterrado nesta segunda-feira no cemitério de Inhaúma (zona norte). Também nesta segunda, a 16ª DP (Barra da Tijuca) começou a ouvir familiares de Mayara e realizou diligências para tentar esclarecer o caso.

A família só soube da intervenção estética quando, no Instituto Médico-Legal (IML), foi informada de que havia secreção vazando das nádegas da vítima. Os parentes de Mayara não sabem quem fez essa cirurgia. A amiga que teria indicado o procedimento não foi ao enterro e não teria atendido as ligações feitas pela família de Mayara.

"Doutor Bumbum"

Preso desde a última quinta-feira, dia 19, o médico Denis Furtado continua detido em Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio. Ele foi indiciado pelos crimes de homicídio com dolo eventual (quando não há intenção de matar) e associação criminosa.

Sua mãe, Maria de Fátima, que é médica com registro cassado, também está presa, pelas mesmas acusações.

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