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Polícia de Recife endurece, mas MPL diz não sair da rua

"Doravante o Batalhão de Choque acompanhará todos os protestos e irá fazer revistas em pessoas mascaradas ou que portem mochilas", afirmou secretário de Defesa


	Polícia: "A ação da polícia tem de ser proporcional aos atos praticados", afirmou secretário estadual de Defesa Social
 (Deputado Estadual Marcelo Freixo PSOL-RJ/Flickr)

Polícia: "A ação da polícia tem de ser proporcional aos atos praticados", afirmou secretário estadual de Defesa Social (Deputado Estadual Marcelo Freixo PSOL-RJ/Flickr)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2013 às 15h17.

Recife - Pernambuco não vai mais permitir depredações e vandalismos nas ruas e nem pessoas mascaradas nos protestos. O recado foi dado nesta quinta-feira, 22, em entrevista coletiva, no Recife, pelo secretário estadual de Defesa Social, Wilson Damázio, um dia depois de confrontos entre a Polícia Militar e manifestantes da Frente de Luta pelo Transporte Público (FLTP), no Centro da cidade.

Um ônibus incendiado, coletivos, prédios públicos e privados depredados, pânico e correria nas ruas, fechamento do comércio e aulas suspensas por universidades localizadas na área foram o resultado de uma manifestação pelo passe livre que teve início tranquilo na tarde da quarta-feira, 21.

"Doravante o Batalhão de Choque acompanhará todos os protestos e irá fazer revistas em pessoas mascaradas ou que portem mochilas", afirmou o secretário, ao lembrar que até agora a polícia se mantinha à distância, apenas observando as manifestações, orientada a proteger seus participantes.

"A ação da polícia tem de ser proporcional aos atos praticados", afirmou. "O movimento mudou de rumo, extrapolou limites e não podemos ficar passivos." Damázio lembrou que o artigo 5 da Constituição garante as manifestações de rua, mas não permite que as pessoas escondam sua identidade. Por isso, não serão mais permitidos mascarados. Ele atribuiu a violência aos Black Bloc, grupo de inspiração anarquista que teria se infiltrado no movimento. "Há possível influência de gente de São Paulo."

Um ato do povo

Integrante da Frente de Luta pelo Transporte Público, Renato Barros contestou o secretário de Defesa Social. "A violência foi uma resposta direta à opressão do Estado", retrucou, sem aceitar que o vandalismo seja atribuído aos Black Bloc. "A manifestação foi um ato do povo, aberto a quem quisesse participar."

Segundo Barros, a violência teve início depois que "a polícia do governador Eduardo Campos (PSB) chegou dando um cavalo de pau e atirando com balas de borracha" quando os manifestantes estavam próximos ao Cinema São Luiz - prédio de 70 anos, patrimônio da cidade, que teve vidros quebrados por pedras. "Dois garis foram atingidos, um companheiro foi atingido na testa, uma moça levou um soco no rosto de um policial", denunciou Barros, ao frisar não ser líder da FLTP, que não tem lideranças.

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