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Ação da Rio-2016 faz buscas em casa de Arthur Soares em Paris

Empresário é suspeito de ser pivô de esquema para que o Rio fosse escolhido sede dos Jogos de 2016

Rua da casa do empresário Arthur Soares envolvido em esquema da Rio-2016 (Google Maps/Reprodução)

Rua da casa do empresário Arthur Soares envolvido em esquema da Rio-2016 (Google Maps/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de setembro de 2017 às 09h54.

Última atualização em 5 de setembro de 2017 às 09h56.

Paris - Uma residência do empresário brasileiro Arthur Soares, conhecido como "Rei Arthur", em Paris, na França, foi objeto de uma operação de buscas e apreensão na manhã desta terça-feira, coordenada pelo Ministério Público Financeiro.

A residência é situada na 18 Rue Boccador, no oitavo distrito da capital francesa, um dos endereços mais caros de Paris, ao lado da avenida Montaigne, uma das mais chiques da cidade.

Um funcionário da casa confirmou à reportagem que o apartamento é de propriedade de Arthur Soares. A pessoa informou ainda que nem o empresário, nem Eliane Cavalcante, sua sócia, estavam no local no momento das buscas da polícia. A funcionária, porém, não quis confirmar que houve buscas da polícia, nem o que foi apreendido pelos investigadores.

Arthur Soares é ex-proprietário do Grupo Facility, empresa que firmava contratos de prestação de serviços com o governo do Rio de Janeiro na época do governo de Sérgio Cabral. Nessa época, o Facility somava contratos da ordem de R$ 3 bilhões.

As investigações realizadas pelo Ministério Público Financeiro de Paris, em parceria com o Ministério Público Federal do Brasil, indicam que outra empresa de Soares, a Matlock Capital Group, com sede em Miami, teria sido responsável por duas transferências de um total de US$ 2 milhões (aproximadamente R$ 6,3 milhões) para membros do Comitê Olímpico Internacional (COI), que teriam recebido o dinheiro às vésperas da escolha do Rio como sede dos Jogos de 2016.

As suspeitas indicam que Soares seria o pivô de um esquema de propinas pagos em troca dos votos dos delegados do COI em favor do Rio. As empresas de Soares receberiam em retorno contratos com o governo do Estado.

Os procuradores da França e do Brasil suspeitam ainda que o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, teria não só articulado a campanha em favor da escolha do Rio, como participado ativamente do esquema de pagamento de propinas. A suspeita deu origem à operação Unfair Play, que está em curso nesta terça-feira.

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