Brasil

Polícia Civil do Rio apreende eletroeletrônicos no Saara

Operação de busca e apreensão de produtos ilegais foi realizada hoje no Saara, maior centro comercial aberto do Rio de Janeiro


	Operação de repressão a pirataria e receptação, no Rio de Janeiro
 (Tânia Rêgo/ Agência Brasil)

Operação de repressão a pirataria e receptação, no Rio de Janeiro (Tânia Rêgo/ Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2015 às 17h13.

Rio de Janeiro - Uma operação de busca e apreensão de produtos provenientes de contrabando, descaminho, roubos e furtos foi realizada hoje, pela manhã, em dezenas de boxes do Camelódromo da Uruguaiana, no Saara – o maior centro comercial aberto do Rio de Janeiro.

Nos boxes fechados, a polícia arrombou três cofres e apreendeu centenas de mercadorias, desde cigarros contrabandeados, carregadores de celulares, relógios, e até tablets de origem duvidosa.

Na  Operação Saara Malo foram cumpridos cerca de 150 mandatos de busca e apreensão, com a participação de mais 130 policiais das delegacias do Departamento Geral de Polícia da Capital (DGPC), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Quarta Delegacia de Polícia (4 DP).

A ação foi comandada pelo delegado titular da 4ª DP, Cláudio Vieira, e é fruto de pelo menos oito meses de investigações.

“Nós já vinhamos conduzindo estas investigações desde o momento em que percebemos que, quando realizamos operações no local, muitos dos boxes aqui existentes eram fechados e os donos desapareciam. Como não tínhamos mandado ficávamos de mãos atadas”, disse.

Cláudio Vieira disse que a polícia fez um levantamento criterioso dos estabelecimentos que fecham as portas com a chegada da polícia e, a partir dessa identificação, foi à Justiça atrás do mandados que lhes permitissem ter acesso aos boxes.

“Identificamos estes boxes, conseguimos mandados de busca e apreensão. Quando chegamos, todos mais uma vez estavam fechados, mas de posse dos mandados, arrombamos os boxes, alguns cofres e apreendemos diversos produtos que, a princípio, acreditamos ser fruto de contrabando, descaminho ou roubo. Apreendemos até cigarro contrabandeado, o que não era inicialmente o nosso objetivo”, ressaltou.

O delegado informou que todo o material apreendido será encaminhado para a Cidade da Polícia, na zona norte da cidade, períciado para saber sua procedência, e devolvido ou não para o proprietário, desde que este consiga comprovar a origem das mercadorias por meio de nota fiscal.

“Vamos levantar um por um, os proprietários, os produtos apreendidos, ver se é fruto de roubo, descaminho ou contrabando e, caso o ilícito seja comprovado os donos vão ter que responder por ele”.

Advogado de vários dos comerciantes do Camelódromo, Marcelo Almeida Mendonça admitiu a legitimidade da ação da polícia, mas lamentou que muitos dos principais prejudicados são comerciantes que atuam dentro dos limites da lei, possuem alvará, nota fiscal e que, portanto, têm como comprovar a origem da mercadoria.

“A operação tem o objetivo de combater o crime de recepção e de violação de marcas e patentes, portanto é legítimo, até porque escorada na lei. Agora, é preciso muito cuidado com a exposição e a imagem das pessoas. Porque não há que se falar em culpados ou inocentes, até que isto esteja provado”.

Na avaliação do advogado, existe um desequílibrio muito grande na ação. "Porque há, sim, uma pequena minoria que vive de mercadorias provenientes de descaminho, receptação e violação de marcas e patentes. Mas é preciso levar em conta, também, que a grande maioria funciona aqui de forma legal, com nota fiscal, inclusive de lojas aqui mesmo da área da Uruguaiana”.

“Portanto de  origem comprovada, com pagamento de impostos e notas fiscais. O que acontece é que as condições do local são impróprias, ele não tem como guardar nota fiscal, muitas estão em poder dos próprios contadores e, por isso, eles ficam reféns da polícia”, ressaltou. 

Um dos lojistas, que preferiu não se identificar, diz que trabalha dentro da legalidade, possui nota fiscal, e agora vai ter que ir a Cidade da Polícia para comprovar a origem da mesma. “Tenho a minha loja invadida, arrombada, muitas das mercadorias sofrem danos, a própria loja fica danificada. Quem vai se responsabilizar por isto?”, questionou.

Segundo o mesmo proprietário, apreenderam em seu boxe acessórios para celulares para os quais ele possuía comprovação.

“Qualquer comércio, nesta crise, com a loja fechada e as vendas paradas passa por uma situação complicada. Eu tenho material de procedência comprovada e nota fiscal e vou lá na cidade novamente buscar o que me foi tirado. Fechei as portas porque quis, porque o dia estava complicado. Quem vai repor minhas perdas?”, lamentou.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasComércioContrabandoJustiçaMetrópoles globaisPolícia CivilRio de Janeiro

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022