Diocese: a trama teria sido montada há cerca de três anos, desde 2015, quando Dom José Ronaldo assumiu a Diocese (Diocese de Formosa - GO/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de março de 2018 às 21h09.
A Operação Caifás encontrou no fundo falso de um armário na paróquia de Planaltina de Goiás R$ 70 mil e dólares em dinheiro vivo. O armário estava no quarto do monsenhor Epitácio Cardoso Pereira, alvo da Caifás, deflagrada nesta segunda-feira, 19, pelo Ministério Público do Estado em parceria com a Polícia Civil, que culminou na prisão do bispo da Diocese de Formosa, Dom José Ronaldo.
Segundo os investigadores, o bispo seria o articulador do esquema de um desvio de dízimos e doações de fiéis e de valores arrecadados em festividades da Igreja Católica. A trama teria sido montada há cerca de três anos, desde 2015, quando Dom José Ronaldo assumiu a Diocese.
A investigação mostra que o bispo, além de quatro padres, o monsenhor e o vigário-geral teriam usado dois empresários como "laranjas" para assumir o comando de casas lotéricas e ocultar a propriedade de bens, como fazenda para criação de gado e carros de luxo.
Um padre, Moacyr Santana, seria sócio oculto de uma casa lotérica adquirida por R$ 450 mil.
Grampos da Operação Caifá flagraram envolvidos no golpe e reforçam as suspeitas dos investigadores.
A Promotoria estima desvios de R$ 2 milhões. A investigação foi aberta a partir de denúncias dos próprios fiéis, em dezembro.
A Operação Caifá prendeu 9 de 13 alvos e fez buscas em 10 endereços nos municípios de Posse, Formosa e Planaltina.
Defesa
COM A PALAVRA, A DIOCESE DE FORMOSA
A reportagem fez contato com a Diocese de Formosa. Não houve retorno. O espaço está aberto para manifestação.
COM A PALAVRA, A CNBB
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) informou que está apurando mais detalhes da Operação Caifá.