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"Pode haver alguém tão íntegro como eu, mas mais não tem", diz Alckmin

Reportagem da Folha de S.Paulo revela que a CCR narrou ao MP ter contribuído com R$ 5 mi à campanha de Alckmin em 2010 através de caixa dois.

Geraldo Alckmin: "Tão absurdo, eu não tenho nem conhecimento disso. Pode haver alguém tão íntegro como eu, mas mais não tem" (Ricardo Moraes/Reuters)

Geraldo Alckmin: "Tão absurdo, eu não tenho nem conhecimento disso. Pode haver alguém tão íntegro como eu, mas mais não tem" (Ricardo Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de maio de 2018 às 17h32.

São Paulo - Defendendo-se das acusações de suposto recebimento de caixa dois na campanha de 2010, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) disse nesta segunda-feira, 21, não haver alguém mais "íntegro" do que ele.

Reportagem da Folha de S.Paulo publicada no domingo, 20, revela que a concessionária CCR narrou ao Ministério Público de São Paulo ter contribuído com R$ 5 milhões à campanha de Alckmin ao Palácio dos Bandeirantes em 2010 através de caixa dois.

O tucano classificou a citação como "absurda" e disse que nem conhece o depoimento. "Tão absurdo, eu não tenho nem conhecimento disso. Pode haver alguém tão íntegro como eu, mas mais não tem", disse o tucano, em entrevista coletiva após palestra para alunos do Ibmec, na capital paulista.

Ao dar a resposta, Alckmin foi remetido a uma frase do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, em janeiro de 2016, disse não haver uma "alma viva mais honesta" do que ele. Questionado sobre a associação da declaração, Alckmin afirmou que a comparação deveria ser feita com base em sua trajetória. "É só ver a minha vida, pode ver de A a Z."

O tucano, pré-candidato à Presidência da República, disse não "esperar" que haja uma perseguição contra ele. O empresário Adhemar Ribeiro, cunhado do político, é apontado como intermediário dos supostos pagamentos não declarados em campanhas de Alckmin. "Nunca participou como tesoureiro de campanha, nada disso", alegou o ex-governador. Ele declarou que a participação do cunhado nas campanhas foi apenas como "amigo".

Doria

Diante da reinclusão do ex-prefeito de São Paulo João Doria nas especulações sobre uma candidatura presidencial, em função do baixo desempenho de Alckmin nas pesquisas, o ex-governador atribuiu o movimento a uma "criação" da imprensa em busca de "novidade".

"A imprensa gosta de novidades, então criaram o Luciano Huck, depois criaram o Joaquim Barbosa, agora criam o João Doria. Estão desinformando a população, e nós vamos fazendo campanha", disse. Perguntado se o movimento pró-Doria não viria de seu próprio partido, Alckmin argumentou que foi eleito como presidente da legenda com 99,8% dos votos.

Manifesto

O PSDB, que tem Alckmin como pré-candidato ao Planalto, é uma das legendas patrocinadoras de uma manifesto a ser lançado no fim do mês pregando a união de um "centro democrático e reformista" nas eleições de outubro.

Alckmin afirmou que a proposta do grupo visa diminuir a quantidade de candidatos de centro no pleito. "Nós precisamos diminuir a fragmentação, você tem um número muito grande de candidatos que têm uma proximidade muito grande de propostas", citou. O tucano defendeu uma "convergência" mais ampla de partidos de centro nas eleições.

"Tolerância zero"

Durante sua palestra, Alckmin disse que os governos municipais precisam se integrar às ações de segurança pública nas cidades do País. Ele defendeu um modelo que se inspire na política de "tolerância zero", adotada pelo ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani.

O presidenciável disse que as guardas municipais precisam, supervisionadas pela Polícia Militar, fazer também trabalho ostensivo contra a criminalidade, e não apenas segurança patrimonial. Para ele, os municípios receberiam recursos e metas para se integrarem ao combate contra o crime e efetivar ações de prevenção.

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