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PMs investigados por torturar jovens são soltos no Rio

Os PMs estiveram presos administrativamente por 72 horas e agora vão prestar serviço interno


	PM no Rio: jovens tiveram partes dos braços, das pernas, do rosto e um deles, do saco escrotal, cortados com faca quente
 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

PM no Rio: jovens tiveram partes dos braços, das pernas, do rosto e um deles, do saco escrotal, cortados com faca quente (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 28 de dezembro de 2015 às 14h43.

Rio de Janeiro - Foram soltos hoje (28) os oito policiais militares investigados por torturar com faca e isqueiro, roubar, ameaçar e humilhar quatro jovens entre 13 e 23 anos, em Santa Teresa, no centro do Rio de Janeiro.

Lotados na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Coroa, Fallet e Fogueteiro, os PMs estiveram presos administrativamente por 72 horas e agora vão prestar serviço interno. O comando da corporação não divulgou a unidade para onde foram transferidos.

Na madrugada do Natal, após sair de uma festa, os jovens foram parados em uma blitz. Eles contaram que os policiais fizeram a abordagem com chutes no rosto e no tórax, acusando as vítimas de serem bandidos. Depois, partiram para a tortura.

Eles tiveram partes dos braços, das pernas, do rosto e um deles, do saco escrotal, cortados, inclusive com faca quente.

Os policiais obrigaram um deles a fazer sexo oral em outro do mesmo grupo e filmaram a cena. Eles ainda tiveram o cabelo queimado com isqueiro e foram obrigados a ficar nus no meio da rua.

“A gente implorava para parar. Não pedia, não. Implorava para parar, chorando todo mundo. E ele não parava, não. Aí, é que eles batiam mais. Teve uma hora que eu falei: estou passando mal, meu senhor. Está passando mal? Pegou o spray de pimenta e tacou na minha cara”, contou um dos jovens ao jornal Extra.

Nos relatos, os jovens, que dizem ter medo de represálias, acusam os policiais de roubarem mais de R$ 400, cordões, bonés e sandálias.

Depois da tortura, eles prestaram queixa na delegacia de polícia. Lá, encontram os mesmos policiais, que tentaram intimidá-los a não fazer a ocorrência.

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