Senador Roberto Requião (PMDB-PR) durante convenção nacional do PMDB (José Cruz/Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2014 às 17h47.
Brasília - O PMDB aprovou nesta terça-feira a renovação da aliança com PT, indicando novamente Michel Temer para vice na chapa da presidente Dilma Rousseff, que disputará a reeleição, por 398 a 275 votos.
Apesar de ter mais de 100 votos de diferença, a renovação do acordo com os petistas teve uma resistência bem maior do que o esperado pela cúpula do partido.
Mais cedo, durante a convenção nacional do partido em Brasília, o presidente da legenda, senador Valdir Raupp (RO), afirmou que havia entre 80 e 90 por cento dos convencionais favoráveis ao apoio à Dilma.
Após o resultado, Temer fez um discurso conciliador, tentando evitar que as diferenças se transformem em desavenças eleitorais que prejudiquem a reeleição de Dilma.
"Eu quero dizer a todos os convencionais e não-convencionais que essa convenção não tem vencedores e vencidos", disse Temer. "O grande vencedor é o PMDB."
"Vocês sabem que ao longo do tempo nós sempre tivemos democraticamente as mais variadas divergências dentro do parttido e sempre obtivemos a unidade", prosseguiu.
Mas o vice-presidente também deu um recado sobre o comportamento do PMDB num eventual segundo mandato de Dilma, afirmando que o partido terá uma participação mais efetiva no governo.
Para manter o apoio à Dilma e enfrentar as resistência de algumas alas do partido, a cúpula peemedebista já avisou que terá que haver uma repactuação dos espaços políticos ocupados pela legenda.
"Nós teremos, meus amigos, quero dizer com muita tranquilidade, nós teremos, porque já começamos a conversar com vários setores dos partidos coligados, nós teremos no próximo governo uma participação muito efetiva do PMDB, porque nós não serenos apenas aliados, nós seremos o próprio governo", disse Temer, lembrando que jamais perdeu uma convenção do PMDB.
Após o anúncio do resultado, Dilma compareceu a convenção e foi recebido com aplausos pela militância do PMDB.
Um grupo chegou a gritar: "vai ter Copa, vai ter tudo. Só não vai ter segundo turno", numa alusão a uma, hoje improvável, vitória de Dilma no primeiro turno das eleições de outubro.
Texto atualizado com mais informações às 17h45min do mesmo dia.