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PMDB e PTB reclamam de escolha para ministros

Escolhas de Armando Monteiro Neto (PTB-PE) e de Kátia Abreu (PMDB-TO) desagradaram integrantes das legendas


	A senadora Kátia Abreu: PMDB não foi consultado previamente sobre a escolha de Kátia Abreu
 (Antonio Cruz/ABr/Divulgação)

A senadora Kátia Abreu: PMDB não foi consultado previamente sobre a escolha de Kátia Abreu (Antonio Cruz/ABr/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2014 às 21h07.

Brasília - As escolhas ainda não oficializadas dos senadores Armando Monteiro Neto (PTB-PE) e de Kátia Abreu (PMDB-TO) para os ministérios do Desenvolvimento e da Agricultura, respectivamente, desagradaram integrantes das legendas, tornando a chancela partidária às nomeações mais difícil.

Apesar de serem os dois primeiros partidos da base aliada a terem filiados escolhidos para o novo ministério da presidente Dilma Rousseff, segundo fontes que confirmaram a escolha na sexta-feira, lideranças peemedebistas e petebistas reclamaram de não terem sido consultados por Dilma.

O presidente do PTB, Benito Gama, afirmou à Reuters que se a escolha de Monteiro for de cunho pessoal, o partido não vê problemas. "Mas se for uma indicação política, como partido aliado, tem que nos chamar para conversar", afirmou. 

Monteiro foi presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e candidato derrotado ao governo de Pernambuco na eleição deste ano.

Benito Gama disse que o partido se reunirá em dezembro para definir se fará parte da base aliada de Dilma no Congresso.

Na eleição, o PTB se aliou ao candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), depois de anunciar formalmente que integraria a aliança de Dilma.

O PMDB, principal partido da base aliada, comanda cinco pastas na atual gestão e dá como certa a perda do comando do Ministério de Minas e Energia.

Mas espera ficar à frente de pelo menos seis ministérios no segundo governo Dilma. Segundo uma fonte do partido, a legenda não foi consultada previamente sobre a escolha de Kátia Abreu.

"A presidente usou mais uma vez um jeito atabalhoado para fazer a reforma ministerial. A escolha da Kátia não agrega politicamente e agora a presidente terá que conversar com o partido para que a decisão não se transforme apenas numa escolha pessoal", disse um peemedebista à Reuters nesta segunda-feira, pedindo para não ter seu nome revelado.

Questionado sobre a escolha da senadora para a pasta da Agricultura, o vice-presidente Michel Temer disse a jornalistas, nesta segunda, que ainda não "há decisão a respeito disso".

"Pelo menos no tocante ao PMDB tudo ficou para dezembro", disse Temer, evitando confirmar a escolha de Kátia Abreu para a pasta.

Dilma e a senadora estreitaram a relação desde que Kátia Abreu deixou o DEM, partido de oposição ao governo, e ingressou no PSD. A senadora tocantinense deixou o PSD e se filou ao PMDB no ano passado para disputar a reeleição ao Senado.

A expectativa é que Dilma comece a anunciar os novos ministros da sua equipe a partir de quarta-feira, segundo fontes do governo.

A tendência é que ela nomeie Joaquim Levy como ministro da Fazenda, Nelson Barbosa para o Ministério do Planejamento e a mantenha Alexandre Tombini à frente do Banco Central. Kátia Abreu e Monteiro também devem ser anunciados nessa semana.

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