Reforma da Previdência: bancadas do PSDB e PMDB podem ser decisivas para a aprovação da PEC na Câmara (Agência Brasil/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de maio de 2017 às 14h25.
Brasília - Em meio à discussão sobre se vão obrigar os deputados a votar conforme orientação do partido, PMDB e PSDB lideram a lista dos deputados que preferiram não abrir o voto sobre a reforma da Previdência.
Segundo o Placar da Previdência, ferramenta elaborada pelo Grupo Estado, as duas siglas são responsáveis por 33% dos 202 deputados que não anunciaram posicionamento sobre a PEC.
O levantamento foi realizado após a aprovação do texto-base na comissão especial da Câmara, no último dia 3 de maio. A previsão é que a proposta seja votada no plenário da Casa até o início de junho.
No PSDB, partido com cinco ministérios no governo Temer, 31 dos 47 deputados não revelaram o voto. No Placar anterior, o total era de 17 parlamentares. Dos 14 políticos que passaram a adotar a postura de não manifestar o voto, nove haviam declarado, no levantamento anterior, serem contrários à proposta de reforma.
O movimento é observado em ambos os partidos, que figuravam, na sondagem anterior à divulgação do parecer do relator, entre os líderes de votos contrários da base aliada.
As duas bancadas podem ser decisivas para a aprovação da PEC na Câmara: o governo precisa de 308 votos, um terço dos 513 parlamentares, para que a reforma seja encaminhada ao Senado. Atualmente, apenas 82 deputados declararam apoio publicamente ao texto.
O cenário de falta de votos é contestado pelas lideranças dos dois partidos. Segundo o líder da bancada do PMDB, Baleia Rossi (SP), a sigla deverá fechar questão a favor da reforma ainda na próxima semana.
"É o partido do presidente Michel, é o partido do governo e o sucesso do governo é o sucesso do nosso partido", comentou.
Rossi avaliou que as mudanças ocorridas no texto durante a comissão e uma atuação direta do Palácio do Planalto junto à base aliada deverão facilitar o voto.
O fechamento de questão é uma decisão tomada pela direção de um partido e que obriga deputados e senadores dessa legenda a votarem conforme a orientação da sigla. Caso contrário, esses parlamentares podem ser punidos até mesmo com a expulsão da sigla.
O líder da bancada do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), disse que o partido não tem previsão de fechamento de questão. Segundo ele, há menos indecisos do que mostra o levantamento do Estado.
"Hoje metade da bancada já declarou que vota pela reforma. O problema é o ajuste no plenário e explicar para a população as mudanças que são importantes", destacou o tucano.