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PMDB aumenta pressão sobre Dilma por alianças nos Estados

Parte da cúpula peemedebista já cogita antecipar a convenção nacional da legenda em 2014 com objetivo de forçar a formação de palanques antes de julho


	Eduardo Braga (PMDB): segundo senador Braga, reunião com Dilma serviu apenas para analisar os cenários de disputa nos Estados da Amazônia
 (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Eduardo Braga (PMDB): segundo senador Braga, reunião com Dilma serviu apenas para analisar os cenários de disputa nos Estados da Amazônia (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2013 às 19h38.

Brasília - O PMDB está aumentando a pressão sobre o PT e a presidente Dilma Rousseff para definição das alianças nos Estados, e parte da cúpula peemedebista já cogita antecipar a convenção nacional da legenda em 2014 com objetivo de forçar a formação de palanques antes de julho, quando as candidaturas serão registradas.

Sob pressão, Dilma se reuniu na terça-feira com o vice-presidente Michel Temer, os senadores Eduardo Braga (PMDB-AM), que também é líder do governo no Senado, e Jader Barbalho (PMDB-PA) e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para analisar o quadro eleitoral na região amazônica.

Braga disse à Reuters que a reunião serviu apenas para analisar os cenários de disputa nos Estados da Amazônia. "O que nós decidimos é que precisamos centralizar as informações da região", declarou.

Outro peemedebista, que pediu para não ter seu nome revelado, afirmou que o PMDB quer que Dilma faça mais reuniões com lideranças políticas regionais do partido para ajudar na formação de palanques regionais. A presidente, porém, resiste a essa metodologia, segundo a fonte.

A antecipação da convenção nacional do PMDB para março é defendida por aqueles que querem definições estaduais mais rápidas no ano que vem. Esse grupo ainda não tem maioria na comissão executiva do partido para antecipar a data da convenção, normalmente realizada em junho.

Mas, dependendo do ritmo e dos resultados das negociações com o PT pelos palanques estaduais, essa parte da cúpula partidária pode conseguir a convocação antecipada da convenção. No pior dos cenários, a convenção poderia até mesmo decidir pelo fim da aliança nacional com o PT, o que é considerado improvável pelos peemedebistas hoje.

Em alguns Estados, como Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, por exemplo, a aliança entre os dois partidos no primeiro turno já foi praticamente descartada. A dúvida é como essas negociações podem influenciar a decisão sobre a aliança nacional.


A pressão do PMDB sobre Dilma não é nova, mas a temperatura tem aumentado. Em julho, logo após as manifestações populares que levaram centenas de milhares de pessoas às ruas e pesquisas apontarem queda abrupta de aprovação de Dilma, a comissão executiva do partido aprovou uma carta pedindo que ela reduzisse o número de ministérios e se posicionando contra a convocação de um plebiscito para realizar a reforma política.

Dilma havia proposto poucas semanas antes a realização de um plebiscito para convocar uma Constituinte exclusiva para fazer mudanças no sistema eleitoral e político.

Lula

Na sexta-feira da semana passada, Temer se reuniu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também tratou das negociações por alianças nos Estados.

Segundo relato da fonte peemedebista, os dois acertaram a criação de uma comissão formada por integrantes dos dois partidos para aprofundar as conversas sobre os palanques estaduais.

Esse grupo, porém, só deve começar a trabalhar depois da eleição interna do PT, marcada para 10 de novembro. A tendência é que o atual presidente, Rui Falcão, seja reeleito, mas os peemedebistas preferem aguardar o resultado antes de iniciarem as negociações.

A conversa entre Temer e Lula, segundo a fonte peemedebista, também abordou a vindoura reforma ministerial que a presidente deve fazer entre dezembro e janeiro. O PMDB expôs sua posição de que Dilma não deveria montar um gabinete exclusivamente técnico no ano que vem e deveria levar em conta a necessidade de costuras políticas das alianças regionais para nomear os novos ministros.

A expectativa é que mais de 10 ministros deixem o cargo para disputar as eleições em 2014. Segundo o peemedebista, Lula concordou com essa avaliação.

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