Brasil

PM usa bombas no protesto do Passe Livre; 9 ficam feridos

Segundo a PM, 400 pessoas se concentraram às 17 horas no Terminal Parque Dom Pedro II - em comparação, o primeiro ato, no dia 8, atraiu 3 mil pessoas


	Manifestação: segundo a PM, 400 pessoas se concentraram às 17 horas no Terminal Parque Dom Pedro II - em comparação, o primeiro ato, no dia 8, atraiu 3 mil pessoas
 (Rovena Rosa/ Agência Brasil)

Manifestação: segundo a PM, 400 pessoas se concentraram às 17 horas no Terminal Parque Dom Pedro II - em comparação, o primeiro ato, no dia 8, atraiu 3 mil pessoas (Rovena Rosa/ Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2016 às 08h18.

São Paulo - O quinto ato do Movimento Passe Livre (MPL) contra a tarifa de ônibus e trens a R$ 3,80 teve na quinta-feira, 21, a menor adesão, conforme a Polícia Militar, e terminou em confronto na Praça da República, no centro.

A exemplo do segundo ato, no dia 12, houve tumulto após a passeata ameaçar seguir por um trajeto não permitido pela PM. O Choque reagiu com bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e balas de borracha e ao menos nove pessoas ficaram feridas.

Até a meia-noite, não havia balanço de detidos - o MPL falava em nove. Houve ainda registro de vidros quebrados, em um banco e em um prédio.

Segundo a PM, 400 pessoas se concentraram às 17 horas no Terminal Parque Dom Pedro II - em comparação, o primeiro ato, no dia 8, atraiu 3 mil pessoas.

A negociação sobre o trajeto se iniciou entre o tenente-coronel Henrique Motta, comandante de operação, e integrantes do MPL às 18 horas e se estendeu por duas horas, sem consenso.

O movimento queria ir para a Assembleia Legislativa, mas a Secretaria da Segurança Pública informou que o trajeto não poderia ser seguido porque já havia outro protesto no caminho, e determinava que a manifestação terminasse na Praça da República.

Pela primeira vez neste ano, não havia mascarados na linha de frente - eles seguiram espalhados no meio do grupo. O ato teve início normal e seguiu pacífico até chegar à Praça da República, onde a PM montou um bloqueio.

Os manifestantes, porém, queriam continuar caminhando pelo trajeto que haviam inicialmente previsto, rumo à Assembleia Legislativa.

Às 21h30, com as mão levantadas, os ativistas contaram até três, deram um passo e a PM reagiu com as bombas. Houve correria. Os manifestantes fugiram para a única saída possível, no sentido do Largo do Arouche, e o Choque foi atrás. Mascarados jogaram garrafas contra PMs.

Gabriel Morais, de 17 anos, estava junto à banda do MPL quando uma bomba explodiu.

"Ela estourou no meio da fanfarra e todo mundo se machucou", disse o jovem, ferido na perna. O fotógrafo da Folha de S. Paulo Avener Prado foi atingido por uma bala de borracha na coxa. Já o jornalista Juliano Vieira, da TV Drone, foi atingido por uma bomba na perna esquerda.

"Está ardendo muito", reclamou. Outro rapaz teve ferimentos no rosto e ficou desacordado. O Corpo de Bombeiros fez os primeiros socorros.

Uma militante do MPL acusou a PM de começar o confronto e disse que a polícia não pode determinar o caminho que eles vão seguir.

"Isso não existe. E o ato não iria parar na Praça da República. Agora, vamos avaliar se vamos ou não divulgar o trajeto na semana que vem", disse. Não há data para o próximo ato. Até a meia-noite, também não havia informação de PMs feridos.

Ônibus

Inicialmente, o protesto causou mais transtornos aos passageiros de ônibus - "vítimas" do aumento para R$ 3,80, segundo o MPL.

Às 16h30, a Prefeitura já havia fechado o terminal de ônibus, causando transtorno aos usuários. O local tem linhas que ligam o centro à zona leste. Funcionários orientavam passageiros a pegar coletivos do lado de fora do terminal, o maior entre os 27 da capital.

O operador de máquina Oswaldo Silva Santos, de 52 anos, pegaria um ônibus para Guaianases, na zona leste, quando foi informado do ato.

"A manifestação é certa, não tem o que discutir. Mas atrapalha muito a vida de quem mora longe. Queria ver mais protestos na periferia. Tudo está caro, principalmente a conta de luz", disse.

A vendedora Cátia Reginalda Costa, de 42 anos, que mora na Barra Funda, teve de voltar a pé para casa. "Acho que o Movimento Passe Livre faz isso para agradar eles próprios. Para mim, é só política", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:mobilidade-urbanaMovimento Passe LivrePolícia MilitarProtestosProtestos no BrasilTransporte públicoViolência policial

Mais de Brasil

Defesa de Collor reitera pedido por prisão domiciliar com atestado de Parkinson e transtorno bipolar

Gilmar Mendes retira pedido e julgamento de Collor segue no plenário virtual

Bolsonaro segue na UTI, 'sem febre ou alterações da pressão', diz boletim médico

Desaceleração no fim de 2024 faz Brasil cair seis posições em ranking global da produção industrial