Patrícia Lourival Acioli era conhecida por sua atuação contra a violência cometida por policiais militares (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 4 de dezembro de 2012 às 16h56.
Rio - Ao fim do interrogatório, que durou cerca de 1h30, o cabo da PM Sérgio Costa Júnior, réu confesso que está sendo julgado nesta terça-feira pelo assassinato da juíza Patricia Acioli, pediu aos jurados que "façam justiça". "Infelizmente, tive cabeça fraca. Me deixei levar pela emoção e fiz o que fiz. Mas desde o primeiro momento me arrependi com a desgraça que fiz com minha família e com a família dela (Patricia). Acredito muito na Justiça. Façam justiça comigo."
Costa Júnior deu detalhes do motivo, do planejamento e da execução do crime. Segundo ele, Patricia assinou sua sentença de morte quando, em 11 de agosto do ano passado, decretou a prisão de seis PMs do batalhão de São Gonçalo - ele inclusive - no processo que investigava a morte de Diego Belini, de 18 anos. Outros dois PMs do batalhão já estavam presos.
O crime ocorreu em 3 de junho, numa favela em São Gonçalo. O caso foi inicialmente registrado como auto de resistência (morte de suspeito em confronto com a polícia), mas, após investigações, Patricia concluiu que o rapaz foi executado.
"No dia 11 de agosto (de 2011), havia rumores de que ou a juíza ia soltar os dois policiais que estavam presos desde junho, ou então ia decretar a prisão de nós seis. Quando ela assinou a prisão, foi a gota d'água", afirmou o réu. Indagado pelo juiz sobre o motivo que o levou a desferir 18 tiros contra a juíza, Costa Júnior disse que "não tinha visão da vítima dentro do carro, que tinha insulfilm (película escura), além disso, era noite e a rua tinha pouca iluminação".
A sessão foi suspensa para almoço e será retomada, nesta tarde, com os debates entre acusação e defesa.