Porta-voz da PM disse que, além de garantir os direitos de expressão dos participantes e de circulação de pessoas, a polícia vai prevenir confrontos (everton137/Flickr)
Da Redação
Publicado em 17 de junho de 2011 às 10h06.
São Paulo - A Polícia Militar desistiu de levar a Tropa de Choque para a Marcha Nacional da Liberdade, marcada para as 14 horas de amanhã na Avenida Paulista. A decisão vem um dia após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter liberado as marchas da maconha, por considerá-las livre de manifestação do pensamento - e não apologia ao consumo de drogas.
A PM também promete mudar a forma de abordagem a quem, eventualmente, fumar maconha ou fizer apologia ao uso ou ao tráfico de drogas durante a passeata - atos considerados crime. De acordo com o Comandante de Policiamento da Capital, coronel Marcos Roberto Chaves, foi recomendado aos policiais que avaliem a situação: caso a repressão venha a causar tumulto, PMs devem apenas registrar o flagrante em foto ou vídeo e aguardar uma oportunidade mais segura para deter o infrator e levá-lo ao Distrito Policial.
"Muitas vezes, o policial não detém a pessoa que está fazendo apologia naquele momento porque o trauma para a sociedade é maior. Mas a polícia vai fotografar e, na primeira oportunidade, retirar a pessoa", disse Chaves.
Por enquanto, a orientação vale somente para as marchas na capital paulista, pois ainda não houve conversas com outros comandos militares do Estado. Haverá passeatas simultâneas em Araraquara, Barretos, Bauru, Campinas, Jundiaí, Rio Claro, Santos e Ubatuba.
O sistema que será usado pela polícia durante a passeata foi apelidado de "olho de águia" e permite que viaturas da PM gravem, armazenem e enviem ao Centro de Operações imagens ao vivo de eventos que reúnem multidões.
O porta-voz da Polícia Militar, capitão Sérgio Marques, disse que, além de garantir os direitos de expressão dos participantes e de circulação de pessoas, a polícia vai prevenir confrontos. "Pode haver quebra da ordem, caso haja presença de grupos contrários à marcha, como os skinheads", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.