Polícia Militar: polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e gás de pimenta contra moradores que protestavam (Nelson Almeida/AFP)
Agência Brasil
Publicado em 17 de janeiro de 2017 às 12h31.
Última atualização em 2 de fevereiro de 2018 às 18h08.
Após um conflito inicial entre moradores e a Tropa de Choque da Polícia Militar, a reintegração de posse na ocupação Colonial, localizada em um terreno na zona leste da capital paulista, é cumprida pacificamente.
Neste momento, uma retroescavadeira faz a demolição das casas de alvenaria e de madeira onde moravam 700 famílias.
No início da manhã de hoje (17), a PM utilizou gás de pimenta e bombas de gás lacrimogênio contra os moradores, que também protestaram queimando pneus e entulhos.
O terreno particular, na Rua André de Almeida, estava ocupado há um ano e meio. Segundo as famílias, a área estava abandonada há 40 anos.
Luciano Alves, 39 anos, motorista desempregado, morava no local com a esposa e dois filhos. Ele aguardava a sua vez de retirar os móveis antes que sua casa fosse demolida.
"Os políticos falam muito de saúde, educação, saneamento, mas não falam do básico que é uma moradia. Vai ter saúde como, se não tem moradia? Educação como, se não tem moradia? A prioridade devia ser moradia", disse ele.
O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, foi preso durante a operação por descumprimento de decisão judicial e incitação ao crime, segundo os policiais. Integrantes do movimento disseram que o advogado dos moradores também foi levado para a delegacia, mas a Secretaria da Segurança Pública ainda confirmou a informação.
Em nota, o MTST considerou a prisão "um verdadeiro absurdo, uma vez que Guilherme Boulos esteve o tempo todo procurando uma mediação para o conflito. Neste momento, o companheiro Guilherme está detido no 49ª DP de São Mateus. Não aceitaremos calados que além de massacrem o povo da ocupação Colonial, jogando-os nas ruas, ainda querem prender quem tentou o tempo todo e de forma pacífica ajudá-los".