Manifestantes lembram de vítimas da chacina. O soldado Fabrício Emmanuel Eleutério foi reconhecido por uma testemunha como o autor do disparo que deixou um ferido em Osasco (Raphael Martins/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2015 às 07h56.
São Paulo - A Justiça Militar decretou nessa quarta-feira, 26, a prisão preventiva do soldado Fabrício Emmanuel Eleutério, suspeito de participar da chacina que deixou 18 mortos e seis feridos em Osasco e Barueri, na Grande São Paulo, no dia 13. Caso não haja recurso, ele ficará preso até o julgamento do processo.
O policial, que cumpria desde sábado prisão administrativa pedida pela Corregedoria, foi reconhecido por uma testemunha como o autor do disparo que deixou um ferido na Rua Suzano, na Vila Menck, em Osasco - um dos dez pontos de ataques na cidade.
O reconhecimento foi feito por meio de foto e pessoalmente.
A prisão de Eleutério foi pedida pela Corregedoria da PM e decretada no mesmo dia. O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) também solicitou, anteontem, a prisão do soldado à Justiça comum de Osasco, mas ainda não houve resposta.
Eleutério é investigado com outros 17 PMs e um civil - casado com uma policial militar - como suspeitos de participar da chacina.
A Corregedoria cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de todos e deve apresentar um relatório das diligências nesta semana.
Também é investigada a participação de quatro guardas-civis metropolitanos (GCMs). No total, a lista tem 23 suspeitos.
Por causa de outros cinco processos de assassinatos que responde na Justiça, o soldado cumpria funções burocráticas nas Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota).
Ele já havia sido preso antes, em abril de 2013, por suspeita de participar de um grupo de extermínio.
Eleutério era obrigado a cumprir medidas restritivas: permanecer em casa durante os fins de semana, não se ausentar de Osasco sem autorização judicial prévia, não frequentar bares e boates e também não se aproximar de testemunhas dos processos em andamento.
Os advogados do soldado informaram que não vão recorrer da decisão da Justiça Militar.
Segundo as investigações, a principal hipótese é de que PMs e guardas-civis se uniram para vingar as mortes do GCM Jeferson Rodrigues da Silva e do PM Avenilson Pereira de Oliveira. Ambos foram assassinados durante assaltos dias antes da chacina. Os bandidos usaram as armas dos agentes para matá-los.
Outra prisão
A Justiça em Barueri decretou ontem a prisão preventiva de Luiz Henrique Silva Brito, de 22 anos, suspeito de participar da morte de Silva.
De acordo com a Secretaria Estadual da Segurança Pública, ele se apresentou em uma delegacia da cidade e, depois de ser ouvido em depoimento, foi preso. Outros dois acusados já estão detidos.