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Plano pode limitar captação de água do Cantareira, diz Folha

Plano prevê redução diária da retira de água do Cantareira quando os níveis do reservatório atingissem 5%. Segundo a ANA, medida não será aplicada na região metropolitana de São Paulo


	Sistema de captação de água do sistema de abastecimento Cantareira na represa de Jaguari, em Joanópolis
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Sistema de captação de água do sistema de abastecimento Cantareira na represa de Jaguari, em Joanópolis (Paulo Whitaker/Reuters)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 30 de setembro de 2014 às 15h55.

São Paulo – A Agência Nacional de Águas (ANA) e o departamento estadual de águas (DAEE) estariam estudando um plano que reduziria a captação diária de água do Sistema Cantareira, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo.

A publicação teve acesso a um documento que leva o timbre das duas instituições e traz detalhes do plano. No início da tarde de hoje, a ANA liberou a íntegra da minuta e esclareceu que o plano não atingiria os usuários da região metropolitana de São Paulo. 

Em nota, a agência afirma  "as captações localizadas a montante (Minas Gerais) e a jusante (interior de São Paulo) do Sistema Cantareira" podem ser afetadas pela redução. Prefeitos e usuários dessas regiões participarão de reuniões entre quarta e quinta-feira para decidir sobre o tema. 

O plano prevê a limitação da retirada de água das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que alimentam o Cantareira, quando o nível do sistema caísse a menos de 5% e quando as vazões dos rios estivessem baixas.

Com isso, para abastecimento público, a captação teria que ser suspensa diariamente das 7h às 12h. Isso, no entanto, não significa necessariamente que as residências ficarão sem água durante todo o período.

Ontem, o sistema Cantareira estava com apenas 7% da capacidade, operando exclusivamente com água do volume morto. A estimativa é de que em meados de outubro, após o primeiro turno, os níveis baixem para o limite de 5% proposto pelo plano.

Há um ano, o nível do reservatório era de cerca de 40%. Em maio, teve início o uso da reserva técnica, que acrescentou 182,5 bilhões de litros de água, o equivalente a 18,5% do volume total do sistema.

Até a publicação do texto, o DAEE ainda não tinha se posicionado sobre o assunto. 

Prazo

Na semana passada, a Sabesp afirmou que garantiria abastecimento de água na região até março do ano que vem. Isso só será possível, contudo, com obras para utilização de uma segunda cota da reserva técnica (ou volume morto) do Cantareira. Com 106 bilhões de litros, a nova cota poderia elevar o nível do sistema em 10,7 pontos percentuais.

O governo estima que a primeira reserva do sistema deve secar completamente já em novembro. Mas, como se vê, a segunda cota não durará muito além disso. 

* Atualizado às 15h30 para incluir o posicionamento da Agência Nacional de Águas. 

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