Viciados em crack nas proximidades de uma favela carioca: em 15 dias, as tropas detiveram 31 pessoas e apreenderam seis toneladas de drogas (©AFP / antonio scorza)
Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2012 às 18h13.
Brasília - O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, manifestou apoio à internação involuntária de adultos dependentes de crack e afirmou que a Pasta vai ajudar a prefeitura do Rio na preparação do protocolo para tratamento dos pacientes. A decisão foi tomada depois de uma reunião nesta quinta-feira entre o ministro e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB). O plano está previsto para ser apresentado em duas semanas.
"Nos casos em que há risco de vida, a internação involuntária é um recurso que pode ajudar. Mas a estratégia deve ser feita de forma adequada, respeitando a lei, com avaliação médica", disse o ministro. Padilha também prometeu repassar os recursos "que forem necessários" para ampliar a rede de atendimento a dependentes de crack no município.
O prefeito do Rio anunciou na segunda-feira (22) a decisão de internação compulsória para adultos dependentes de crack. Mas Paes não apresentou detalhes: quem faria avaliação, a quem caberia a decisão de internar o paciente, para onde ele seria levado ou quando a estratégia seria colocada em prática. Nesta quinta, ele não deixou claro também qual modelo de internação será: ele citou compulsória e involuntária.
As duas estratégias, no entanto, são cercadas de polêmica. Para uma corrente de especialistas, a internação compulsória é ineficaz e contra a lógica dos direitos humanos. Questionado, Paes rebateu: "Ninguém vai se ferir. Vamos salvar o direito da pessoa".