Brasil

Plano para aeroportos pode não decolar até Copa de 2014

Concessões representam avanço, mas ainda não conveceram os investidores, dizem especialistas

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2011 às 21h01.

Brasília  - O Brasil promoveu uma guinada ideológica para dar às empresas privadas um novo papel na solução dos problemas nos aeroportos antes da Copa do Mundo e das Olimpíadas, mas ainda não convenceu os investidores de que vai respeitar as próprias regras.

O governo informou na semana passada que irá oferecer concessões a empresas privadas para que construam e operem cinco grandes terminais de passageiros, o que na prática acaba com o monopólio estatal sobre os aeroportos. Até agora, a iniciativa privada participava só da construção, e não da operação.

A mudança reflete a preocupação de que os aeroportos do Brasil, já sobrecarregados por um aumento no número de passageiros domésticos nos últimos anos, não serão capazes de receber os até 1 milhão de visitantes esperados para a Copa do Mundo em 2014.

A Copa do Mundo, sediada por 12 cidades brasileiras, e os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, dois anos mais tarde, estão motivando investimentos de bilhões de dólares na infra-estrutura nacional, e são eventos que o Brasil espera que sirvam de vitrine para a sua ascensão econômica.

Mas, estádios e outras obras já enfrentam atrasos, num país atribulado pelo excesso de burocracia e por disputas judiciais. Incertezas no marco regulatório, apertos financeiros e preocupações com a ingerência do governo sobre as obras públicas deixam os empresários com receio de atuar nos aeroportos.

"O tempo é curto. Precisamos de regras claras rapidamente", disse Paulo Godoy, presidente da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base).

O governo tem poucos meses para redigir às novas regras, liberar as verbas e resolver conflitos nas atribuições entre meia dúzia de órgãos públicos, como a Infraero (estatal que administra os aeroportos) e a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

"Ainda não há modelo financeiro ou tarifário, e são questões complexas, que envolvem muitos atores", disse uma fonte governamental envolvida nas negociações, acrescentando que o anúncio feito na semana passada pelo governo foi "político". "O plano para valer ainda não está pronto", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:AeroportosAviaçãoCopa do MundoEmpresas estataisEsportesEstatais brasileirasFutebolInfraeroInfraestruturaServiçosSetor de transporteTransportes

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022